23/04/2007

Conselheiro dá exemplo de ética e humanismo na profissão

O médico Paulo Roberto Mussi salvou a carreira do craque do Inter, Alexandre Pato



Alguns acreditam que aquilo que o jovem Alexandre Pato vem fazendo pelo Futebol Brasileiro é mérito do jogador, outros dizem ser destino e outros ainda definem como pura sorte. O que poucos sabem é que uma pessoa salvou a futura carreira do jogador: o médico ortopedista e traumatologista, Paulo Roberto Mussi.

"Esse menino me procurou com 10 anos. Neste dia, ele havia quebrado o braço ao cair durante uma partida de futebol e a família levou o menino em meu consultório. Eles diziam que ele tinha o 'osso fraco', pois sofria fraturas freqüentes no braço. Na realidade, o que tinha era um tumor benigno no úmero esquerdo (osso do braço que une o ombro ao antebraço). Na época, esse tumor precisava ser retirado, mas a família do garoto não tinha recursos para pagar o procedimento. Como o menino não podia ficar daquele jeito, pois toda vez que caísse teria de imobilizar o braço, decidi operá-lo gratuitamente. Após a cirurgia, acompanhei a recuperação do menino durante os cinco anos seguintes e hoje ele está aí, sendo visto como uma das maiores promessas do Futebol Brasileiro." - relembrou o atual conselheiro suplente do CRM-PR.

O tal menino, Alexandre Rodrigues da Silva, hoje tem 17 anos e faz coisas que fogem do compreensível. No seu primeiro jogo como profissional, o atleta de Pato Branco (daí o apelido) deu um show. Tornou-se a estrela do time ao fazer um gol e ter dado passe a outros dois na vitória do Internacional sobre o Palmeiras pelo Campeonato Brasileiro. "Ele sempre jogou em categorias superiores a dele, porque era muito bom", afirmou o "médico coruja".

Candidato a craque de alcance mundial, o atacante já é campeão mundial pelo Inter-RS em 2006 e Sul-Americano pela Seleção Brasileira Sub-20 em janeiro deste ano. Alexandre Pato e sua família são eternamente gratos pelo carinho, cuidado e humanismo com que Paulo Mussi os tratou e trata sempre. Curado, o jogador não se cansa de homenagear aquele que garantiu a continuidade de sua paixão - recentemente presenteou o médico com uma camiseta autografada da seleção brasileira que usou no Sul-Americano (foto). "O ato médico gratuito, considerado bondoso pelas pessoas, é comum para nós médicos. Nos formamos para beneficiar as pessoas, tirar o sofrimento delas", disse. No caso do Alexandre, no entanto, o gesto simples do Dr. Mussi significou muito mais para ele e sua família: marcou suas vidas para sempre.

Logo após o primeiro jogo, o time do Inter decidiu assinar um contrato com Alexandre até 2009 e aumentar seu salário de dois para 15 mil reais. Isso já seria o suficiente para impressionar, mas ele conseguiu mais. Pato, que em seu segundo jogo já ficou conhecido fora do país como "The Duck", consolida sua alavancada rumo ao hall dos grandes jogadores. Além disso, ele foi convocado para a seleção brasileira sub-20 e fez bonito lá. Com certeza, Alexandre Pato trabalhou muito para chegar onde está - é mérito. Contudo, não se pode negar que teve sorte de aparecer na hora certa, de marcar gol já nos primeiros jogos e de estar em um bom time. Então é destino. Um destino que foi impulsionado pelo humanismo, ética e profissionalismo de um bom médico aliado à ação, determinação e garra de um bom jogador.

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