17/11/2006

Europa aprova carta de combate à obesidade

Ministros de 53 países reunidos na Turquia firmam documento com medidas para reduzir epidemia que mata 1 milhão de pessoas por ano


A obesidade ganhou proporções epidêmicas na Europa: o excesso de peso é responsável por até 13% das mortes em vários países do continente. O impacto considerável sobre o sistema de saúde - pelo menos 8% dos gastos no setor são direcionados ao problema - estimulou ministros de 53 países a aprovarem a primeira carta para o combate à obesidade do mundo.

Por telefone, de Istambul (Turquia), sede da reunião, o italiano Francesco Branca, Conselheiro para a Europa sobre Nutrição e Segurança Alimentar da Organização Mundial da Saúde (OMS), contou ao Correio que o documento estabelece uma série de medidas contingenciais. "É preciso ações urgentes e comprometimento político dos Estados, a fim de promover um ambiente mais saudável", afirmou.

"Os governos prometeram melhorar os suprimentos de alimentos saudáveis, reduzir a fabricação de comidas altamente calóricas e reformular os produtos industrializados", disse Francesco. A carta pede a redução na quantidade de gordura, açúcar e sal em manufaturados e defende a amamentação para prevenir a obesidade infantil.

De acordo com Francesco, metade da população européia adulta está bastante acima do peso. Pelo menos 1 milhão de pessoas morrem a cada ano de complicações causadas pela obesidade. Além disso, a epidemia é responsável por 80% dos casos de diabete no continente. As crianças são as principais vítimas e seus hábitos expõem uma geração inteira aos riscos da epidemia. "Temos cerca de 400 mil meninos e meninas obesos - uma em cada três crianças é atingida pelo problema", revelou o conselheiro da OMS. A prevalência de obesidade em crianças aumenta entre 1% e 2% a cada ano.

"Um progresso visível, especialmente entre crianças e adolescentes, deveria ser alcançado na maioria dos países nos próximos quatro ou cinco anos e deveria reverter as estatísticas até 2015", afirma o texto da carta de obrigações. "Medidas reguladoras específicas deveriam incluir a adoção de leis para reduzir substancialmente a extensão e o impacto da promoção comercial de alimentos e bebidas energéticos, particularmente para as crianças", acrescenta. Francesco Branca revelou que o documento compromete os governos a incentivar a prática de atividades físicas nos centros urbanos. "A colaboração de médicos é importante para atingirmos progressos nos próximos quatro anos", concluiu o especialista.


Fonte: Correio Braziliense

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