13/10/2006
Falsa médica presa em Ponta Grossa
Uma mulher foi presa na noite desta quinta-feira (12) em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, acusada de exercício ilegal
da profissão médica. Como mostrou uma reportagem do Bom Dia Paraná, ela fazia plantões no Hospital Pronto-Socorro Cidade,
às quintas-feiras, usando nome e número do registro do Conselho Regional de Medicina (CRM) de uma médica dermatologista de
Curitiba. A identidade da mulher somente foi confirmada na manhã desta sexta-feira, por familiares dela, residentes em Curitiba.
Karin Isabella Ronconi Marchese chegou a dar três nomes falsos quando era autuada em flagrante na Subdivisão Policial de Ponta
Grossa.
No começo da semana, a médica de Curitiba fez a denúncia no CRM-PR contra a pessoa que vinha usando o seu nome e número
de registro profissional. O procedimento foi passado à competência da Delegacia Regional do Conselho em Ponta Grossa, que
fez a comunicação à Polícia Civil e ao Ministério Público.
A ação policial e fiscalizadora do CRM foi programada para a Quinta-feira por seu o dia que a falsa médica fazia plantão
no hospital. O marido da médica cujo nome vinha sendo usado indevidamente chegou a fazer uma consulta com a "plantonista",
obtendo uma receita médica, que foi entregue a polícia. A prisão ocorreu em seguida. O delegado Homero Vieira Neto disse que
a acusada declarou-se médica, mas que no depoimento não quis se manifestar. A mulher presa vai responder pelos crimes de exercício
ilegal da profissão e falsidade ideológica. Se condenada, a pena poderá ser de seis meses a cinco anos de prisão.
De acordo com a direção do hospital, a mulher trabalhava no local há pelo menos cinco meses. Ela fazia plantão uma vez
por semana e chegava a atender até 30 pessoas. "Hoje (quinta) ela chegou a atender inúmeras pessoas. E inúmeras pessoas ficaram
em observação inclusive tomando soro e medicação intravenosa por recomendação e indicação dela", disse o promotor público
Fuad Faraj. A direção do PS sustentou que a acusada, ao ser contratada, apresentou toda a documentação legal exigida. O Conselho
de Medicina já abriu sindicância para apurar as condições em que ocorreu a contratação, já que não há registro no cadastro
de pessoas jurídicas do CRM. A polícia também poderá indiciar no inquérito o responsável pela gráfica que imprimiu o bloco
de receituário e o carimbo utilizados pela falsa médica.