01/10/2018

Homenagem aos Pioneiros: Dr. Orlando Malucelli Moro (CRM-PR 294)

Um dos médicos mais renomados de Ponta Grossa, integrou o primeiro grupo de conselheiros eleitos e foi vice-presidente de dezembro de 1961 a novembro de 1963

O Doutor Orlando Malucelli Moro (CRM-PR 294) foi um pioneiro em vários campos. Falecido em 2015, pouco antes de completar 100 anos, nasceu e se criou em Ponta Grossa – cidade pela qual nutria um carinho especial. Lá, dirigiu a Santa Casa e ajudou a fundar a Associação Médica local. Além disso, fez parte das duas primeiras diretorias do CRM-PR, de 1958 a 1963, uma como conselheiro efetivo, outra como vice-presidente e integrou o terceiro seleto grupo de médicos a receber do Conselho o Diploma de Mérito Ético-Profissional, em 1988

clique para ampliarclique para ampliarDr. Orlando Moro. (Foto: Arquivo)

Nascido em Ponta Grossa, na madrugada do dia 1° de abril de 1915, deixou a cidade aos 12 anos, em 1927, para morar em Curitiba, onde estudou no internato do Ginásio Paranaense. Em 1932, após concluir o ensino secundário, entrou na Faculdade de Medicina do Paraná e logo depois retornou à cidade natal. Lá, atendeu famílias de ferroviários no antigo Hospital 26 de Outubro e foi cirurgião pediátrico no Hospital Infantil Getúlio Vargas. Nenhum dos dois existe mais: o primeiro deu lugar a um centro de ação social e o segundo ao prédio administrativo da 3ª Regional de Saúde.

Mesmo que atendesse em outros estabelecimentos, a grande dedicação da vida do Dr. Orlando foi a Santa Casa de Misericórdia, centenária instituição inaugurada no início do século passado, onde atuou por 44 anos – de 1939 a 1983. O Dr. Orlando foi aprendiz do médico mais ilustre da história da cidade, Dr. Francisco Burzio (*), cirurgião italiano que fundou a primeira casa de saúde dos Campos Gerais. Foi Burzio quem indicou o nome de Moro para o corpo clínico da Santa Casa. Além disso, a primeira gastrectomia do Dr. Orlando Moro foi realizada com auxílio do colega estrangeiro. No salão nobre da Santa Casa, os retratos dos dois estão lado a lado.

clique para ampliarclique para ampliarFicha de inscrição no CRM-PR. (Foto: Reprodução)

Um dos mais importantes nomes da Medicina ponta-grossense, ele era afamado pela técnica cirúrgica refinada, pela conduta ética e pela dedicação demonstrada a seus pacientes.  Até os 95 anos de idade continuava com o costume de estudar e ler publicações sobre Medicina, ofício pelo qual foi apaixonado até o último momento. Seus feitos como na área foram vários, desde fazer uma cirurgia de remoção de apêndice na mesa de jantar do próprio “operado”, até abrir o peito e massagear o coração de um paciente a céu aberto. Casos dos quais ele nunca se gabava.

Também partiu de Orlando e de mais alguns colegas, na década de 1940, a campanha para que os cirurgiões da cidade usassem luvas. Ele viu, ainda, as primeiras aplicações de penicilina, a disseminação dos aparelhos de raios X e a contratação do primeiro anestesista de Ponta Grossa. Sempre humilde, Dr. Orlando esteve envolvido durante toda a sua vida em ações sociais e humanitárias, tendo participação efetiva no Rotary Club.

clique para ampliarclique para ampliarDr. Moro, um dos médicos mais renomados de P. Grossa. (Foto: Arquivo.)

O Dr. Orlando Malucelli Moro integrou o primeiro grupo de conselheiros eleito para o mandato de maio de 1959 a novembro de 1963. No período de dezembro de 1961 até novembroi de 1963 ele foi vice-presidente. No período, a presidência foi ocupada pelo Dr. Abdon Pacheco do Nascimento. Formado em dezembro de 1937 pela Federal do Paraná, ele recebeu em 1988 o Diploma de Mérito ético-Profissional do CRM-PR, na passagem do Jubileu de Ouro.

Dr. Francisco Burzio

(*) O Dr. Francisco Burzio nasceu em Poerino, província de Turim, na Itália, no dia 20 de setembro de 1878. Chegou em 1907 na cidade de Ponta Grossa, procedente de Laguna, Santa Catarina. Fundou a primeira Casa de Saúde em Ponta Grossa, onde funcionava o Hotel Avenida. Foi um dos primeiros médicos da Santa Casa, onde tem um pavilhão que tem o seu nome. Batalhou muito pelo progresso da medicina em Ponta Grossa e a cidade deve a ele a aquisição do primeiro aparelho de raio-X. Como cirurgião, adquiriu tamanha fama que era requisitado a fazer operações em outras cidades bem maiores do que Ponta Grossa e onde o atendimento médico era mais avançado. Até hoje é lembrado como “médico dos pobres”. Faleceu em São Paulo, em 1961, mas foi sepultado em Ponta Grossa. O nome dele nomeia importante avenida na cidade.

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