17/07/2018

SBP e SBIm divulgam nota técnica sobre vacinas meningogócicas conjugadas no Brasil

Alerta com intercambialidade e diferentes esquemas de doses; são necessárias estratégias de prevenção pela vacinação

As Sociedades Brasileiras de Pediatria (SBP) e de Imunizações (SBIm) divulgaram em 12 de julho a nota técnica “Vacinas meningogócicas conjugadas no Brasil em 2018: intercambialidade e diferentes esquemas de doses”. De acordo com os especialistas relatores, dra. Flávia Bravo, dra. Isabella Balallai, dr. Marco Sáfadi e dr. Renato Kfouri, a doença, de rápida evolução e com altas taxas de complicações, sequelas e letalidade, impõe a necessidade de estratégias de prevenção pela vacinação.

ACESSE AQUI A NOTA TÉCNICA SBP/SBIM.

No Brasil, a doença meningogócia acomete indivíduos de qualquer faixa etária, sendo metade dos casos notificados em menores de cinco anos de idade, especialmente no primeiro ano de vida. Em 2016, foram confirmados 1.105 casos de doença meningocócica, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). As taxas de letalidade no Brasil são elevadas, em torno de 20%, podendo chegar a 50% quando se considera a apresentação clínica de meningococcemia.

“Desde 2010, devido à vacinação rotineira de crianças menores de quatro anos contra o meningococo C, observamos uma importante queda nas taxas de incidência da doença meningocócica, cujo coeficiente geral em 2017 ficou em torno de 0,6 casos para cada 100 mil habitantes, com variações por região do país e por faixa etária”, destacaram os relatores.

Segundo a nota, a infecção pela bactéria Neisseria meningitidis (NM) ocorre de forma endêmica em todo o mundo e, no Brasil, é o agente infeccioso mais frequentemente envolvido nos casos de meningite bacteriana. A NM é classificada em 12 diferentes sorogrupos, de acordo com a composição antigênica da cápsula polissacarídica, sendo que os sorogrupos A, B, C, Y, W e X são os responsáveis por praticamente todos os casos da doença no mundo.

VACINAÇÃO

O esquema de vacinação utilizado no Brasil, que incluiu inicialmente apenas as crianças menores de 2 anos, não permitiu que houvesse impacto precoce em grupos etários não vacinados. Em todas as regiões e faixas etárias, o sorogrupo C permanece sendo o principal sorogrupo causador de doença meningocócica no Brasil.

“Ao analisarmos as taxas de incidência por idade, observamos um predomínio do sorogrupo B em menores de 5 anos, com presença do sorogrupo W em diversos grupos etários, particularmente na região Sul do País, chegando a representar, em 2017, mais de 20% dos casos em alguns estados”, aponta o documento.

RECOMENDAÇÕES

O Ministério da Saúde recomenda e disponibiliza gratuitamente a vacina meningocócica C conjugada para crianças menores de cinco anos (até 4 anos, 11 meses e 29 dias) e adolescentes de 11 a 14 anos. A SBP e a SBIm recomendam, em seus calendários da criança e do adolescente, o uso preferencial da vacina MenACWY no primeiro ano de vida (iniciando aos 3 meses de idade) e reforços. Em todas as situações está recomendada uma dose de reforço no segundo ano de vida (entre 12 e 15 meses).

A nota técnica lista as quatro vacinas meningocócicas licenciadas no Brasil e uma tabela com o número de doses do esquema primário, que dependerá da vacina escolhida e da idade do início da vacinação. No entanto, em todas as situações, para crianças e adolescentes, após o esquema primário completo, recomenda-se agendar dois reforços com intervalos de cinco anos entre eles.

Os especialistas afirmam que não existem dados de estudos sobre intercambialidade entre as diferentes vacinas meningocócicas conjugadas ACWY nas doses realizadas na primovacinação. “Entretanto, se houver necessidade de intercambiá-las, quando não se conhece o produto utilizado na dose anterior ou não se dispõe do mesmo, deve-se adotar o esquema com maior número de doses”, orientam.

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