Desde sua fundação, a Universidade Estadual de Londrina (UEL) tem formado profissionais com capacidade para serem inseridos no mercado de trabalho e tem sido um dos pontos de referência para a cidade e para todo o Paraná. Sabemos que isto tem acontecido em decorrência do esforço de cada participante no processo de formação, seja aluno, docente ou funcionário da universidade.


Ao colocar o diploma na mão de cada formando, a universidade entrega-lhe a permissão para exercer uma profissão e é responsável por aquele profissional que graduou. Essa responsabilidade passa pela qualificação do profissional docente - seja por garantir a atualização de seu conhecimento e didática, seja por mantê-lo sem preocupações que extrapolem o meio acadêmico, como, por exemplo, os problemas financeiros.


A responsabilidade do aluno, por sua vez, é estar presente às atividades acadêmicas, tratar sua profissão com dignidade, seguir as normas da instituição que escolheu para aprender e valorizá-la com respeito, destacando seus pontos positivos e, sobretudo, reclamando com os dirigentes das falhas que esteja encontrando. Quando não são ouvidos, devem procurar o Conselho de Educação para que tome providências ou procurar a sociedade de sua profissão para que intervenha. Em último caso, devem recorre à mídia.


Qualquer profissional deve respeitar o seu local de trabalho, qualquer cidadão deve respeitar as demais pessoas e os locais em que elas exercem suas profissões. Quem tumultua um local de trabalho está infringindo o direito de os demais se manterem em silêncio, em ordem, recolhidos a seus afazeres e pensamentos.


Tudo isto é mais importante quando se trata da Medicina, pois quem procurar atendimento médico está em um momento de fragilidade, com as fraquezas expostas aos demais, com a ansiedade à flor da pele, com o medo assolando a mente. Por esse motivo, lamentamos o ocorrido no ambiente do Hospital Universitário da UEL.


O momento da formatura, o último dia de aula, é de uma alegria incomensurável. Encerra-se uma longa etapa de estudo, estamos deixando o jovem, o aluno, para trás; estamos nos tornando adultos, passamos a ser profissionais. Temos o direito de comemorar, mas essa comemoração deve respeitar o outro, principalmente alguém que nos propiciou o aprendizado, colocando sua vida em nossas mãos, transformando-se em nosso paciente.


Diante do ocorrido, acredito que nosso navio encontrou o iceberg do qual vislumbramos apenas a ponta. Precisamos aproveitar essa oportunidade para, adultos e responsáveis, examinar o acontecido e verificar onde se encontra a origem do erro. Todos somos responsáveis pela formação desses jovens da era da informática. Precisamos ensinar e precisamos aprender. Necessitamos, sobretudo, ombro a ombro, fazer um estudo, um diagnóstico, e partir o mais rapidamente possível para o tratamento.



Antonio Caetano de Paula é presidente da Associação Médica de Londrina.