23/10/2007

60% das dietas não têm acompanhamento médico


Maioria faz regime sem consultar nutricionista, o que envolve riscos à saúde. 19% dos entrevistados afirmaram fazer algum tipo de dieta; jovens entre 18 e 30 anos são os que menos procuram orientação



Simpatias, livros, balança ou simplesmente fechar a boca são artifícios muito usados por quem quer manter a forma ou emagrecer por conta própria. Uma pesquisa recente mostrou que esse grupo dos que não procuram a orientação de um médico ao fazer uma dieta corresponde a 60% dos brasileiros de classe alta e média (A, B e C).

O estudo do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia verificou que entre 1.500 pessoas residentes em oito capitais brasileiras, 283 (19%) fazem dietas. Desse total, apenas 114 (40%) consultam um médico sobre como se alimentar para perder ou ganhar peso. Segundo especialistas, uma dieta por conta própria pode dar certo, mas envolve muitos riscos.

Daniel Magnoni, chefe da seção de nutrição clínica do hospital e coordenador da pesquisa, diz que a dieta pode ter o efeito contrário e quem quer emagrecer pode engordar. Isso porque é preciso não só um conhecimento sobre os alimentos, mas também sobre o próprio corpo para determinar a alimentação ideal.

"A pessoa tem que ter um plano de dieta individualizado, que considere não só altura e peso, mas a composição do corpo e o gasto de energia."

Segundo ele, usar revistas com dicas de receitas e que trazem apenas as calorias dos alimentos é um método errado, porque não são elas que determinam uma alimentação saudável. "Pode acontecer uma deficiência de vitaminas e minerais nesses casos", diz.

Uma dieta só com o número de calorias necessárias por refeição ou por dia não é aconselhável, segundo os médicos. Isso porque a quantidade indicada pode ser encontrada tanto em um prato balanceado com em um chocolate, por exemplo.

De acordo com a nutróloga Daniela Hueb, o primeiro passo para quem quer perder peso é fazer exames para saber por que motivo está acima do peso, para verificar, por exemplo, se tem problemas de colesterol ou diabetes, que influenciarão na escolha dos alimentos.

Ela diz que, ao contrário do que algumas pessoas imaginam, ficar muito tempo sem comer não é uma boa tática para emagrecer. "No jejum prolongado, o organismo entende que há escassez de alimento ou desnutrição e tenta reter ao máximo as energias", afirma.

Segundo ela, para emagrecer, além de procurar um profissional de saúde, é aconselhável "consumir mais proteínas, moderar nas gorduras saudáveis e carboidratos e pensar nos nutrientes, não nas calorias. Atividades físicas são importantes".


Pesquisa

Os jovens com idades entre 18 e 30 anos são os que menos procuram médicos, diz a pesquisa. Eles representam 21% dos que se informam sobre nutrição, bem atrás do grupo na faixa entre 46 e 60 anos (45%), que geralmente tem maior dificuldade para emagrecer.

A pesquisa detectou também que, entre os 19% das pessoas que fazem dieta, 63% são mulheres. Daniela Hueb diz que o número é alto e que mostra a preocupação com a saúde e a estética. Já o total dos que não perguntam a um médico sobre nutrição, fazendo ou não uma dieta, é de 77%.

O estudo foi elaborado pelo Dante Pazzanese e levado a campo pelo Synovate Brasil.

Fonte: Folha de S.Paulo

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