12/03/2009

A doença do Playstation

A ciência descreve pela primeira vez uma enfermidade de pele causada pelo uso excessivo do game


A lista dos problemas causados pelo uso excessivo de videogames aumentou. Na Suíça, médicos acabam de relatar o caso de uma adolescente de 12 anos que ficou com lesões nas mãos porque passava muitas horas jogando Playstation, todos os dias. A garota apresentava manchas roxas e traumas nas mãos e se queixava de muitas dores. Por ter tido uma relação direta com o game, a nova doença recebeu o nome de Playstation palmar hidradentitis. Um tipo de lesão da pele causado pelo uso prolongado do jogo.

Segundo os médicos, o problema surgiu em decorrência dos movimentos rápidos e por longos períodos executados durante o jogo. Esses games, em geral disputados em rede, provocam muita tensão e esforço dos jogadores. "Os movimentos repetitivos e contínuos, agravados pela tensão e força, provocaram os sintomas", relata o médico Vicente Piguet, da Faculdade de Medicina de Genebra. Segundo ele, casos de tendinites ocasionados pelo uso exagerado desse tipo de jogo já são bem conhecidos pelos médicos. Mas lesões como as apresentadas pela adolescente não tinham sido registradas. Agora, foi publicado pela primeira vez no Jornal Britânico de Dermatologia.

Por recomendação médica, a menina parou de jogar e os sintomas desapareceram dez dias depois. "Essa é uma interessante descoberta que deve ser compartilhada com outros profissionais para que possa ser confrontada com sintomas, às vezes, inexplicáveis, apresentados por seus pacientes", afirma Nina Goad, da Associação Britânica de Dermatologia. Em comunicado, a Sony Corp, empresa que fabrica o Playstation, afirmou que desde o lançamento do produto, em 1995, nunca houve caso semelhante e se comprometeu a analisar mais cuidadosamente as conclusões do estudo.

Os médicos afirmam que os pais devem prestar mais atenção ao tempo em que os filhos passam jogando. "Quanto maior a exposição e a intensidade dos movimentos, maiores os riscos de uma lesão nas articulações", afirma o ortopedista Ricardo Cury, da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo. Para o pediatra Sérgio Grassi, da Universidade Federal de São Paulo, o importante é impor limites no tempo de uso. "É preciso estabelecer horários e, principalmente, saber o tipo de game que o filho joga", aconselha.


Fonte: ISTO É

Envie para seus amigos

Verifique os campos abaixo.
    * campos obrigatórios

    Comunicar Erro

    Verifique os campos abaixo.

    * campos obrigatórios