A regra de ouro da profissão médica

Roberto Issamu Yosida

Saúde!

A minha saudação tem um significado de desejo ao bem mais valioso que existe. Só perde para o amor, quando temos aquela sensação de trocar de lugar com alguém querido que sofre ou perde a vida. É maior que a própria vida, pois sem saúde não se tem vida plena. É o que todo o médico quer para o seu paciente. É o que todos devemos almejar ao próximo e esperar dele a mesma retribuição. Nada mais, nada menos. Regra de ouro.

O Brasil foi comandado por um médico nessa jornada da pandemia. Sorte nossa ter um médico destemido e que não titubeou diante de dilemas insolúveis. Decisões que mudaram a vida de governados e governantes. Não se deixou levar pelos devaneios políticos a que os homens são irresistivelmente lançados. Foi técnico e científico, cirúrgico. Pela sua formação, tomou partido da vida e da saúde. A vida não tem preço!

Todos têm uma visão muito particular da pandemia. Cada qual com o peso de sua trajetória única. Suas vivências e emoções. E, porque não dizer, dos seus interesses individuais.


Lições foram aprendidas rapidamente. Espero que persistam e sejam relembradas.

Na hora derradeira, há a conclamação dos órgãos de classe. Em especial, recorre-se aos Conselhos de profissões regulamentadas. Toda a sociedade, o executivo, o legislativo e o judiciário, os pacientes e os médicos. Tudo a clamar a regulamentação, autorização, anuência, ordem no caos, orientação e determinação.

Há reclames de todos os lados. Uns que querem ajudar e outros que querem se afastar. Há voluntários e os que recusam a obrigação. Os dilemas surgem a toda hora. Quem vive e quem morre? E se eu estiver em risco, deixo de atender a emergência? Uso ou não a droga experimental? Uso por compaixão ou por desespero? É uma seleção natural deixar morrer os idosos e os mais frágeis? O mundo precisa da doença para rever seus conceitos e preconceitos? E se... Quem soluciona isso para mim?

Ao médico, a Medicina. Haverá sacrifícios que teremos que honrar. Nessa hora todos são unânimes e em uníssono declaram a insalubridade de nossa profissão. Ninguém poderá negá-la diante de tão terrível e mortal doença. Quantas outras adoecem o médico em sua rotina.

Insalubridade jamais deveria ser sequer questionada por quem quer que seja. É uma discussão vencida na prática e nas mortes de médicos.

Ninguém quer ocupar o lugar dos médicos que intubarão pacientes com destreza espetacular, estes sim médicos com todas as letras. Agora não há os que exercem a Medicina ilegalmente. Somente os capazes estarão de plantão. Não tem harmonização, polivitamínicos, toxina botulínica ou injeções milagrosas. Não há amadorismo e nem aprendizes. Os experientes são os médicos da vez.

Ficamos doentes sim. Somos frágeis. Temos medo e receio. Temos famílias. Somos iguais. Também morremos. Apenas temos a experiência de cuidar da saúde de pessoas, pacientes.

Somos firmes quando se trata da sua saúde. Enérgicos até. Sempre com vistas ao seu bem maior.

Aos médicos, sem distinção se professor, mestre, doutor ou médico do interior, meu reconhecimento, admiração, respeito e gratidão!
Saúde aos médicos!

*Roberto Issamu Yosida é presidente do CRM-PR.

**As opiniões emitidas nos artigos desta seção são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, o entendimento do CRM-PR.

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