O Paraná começou dezembro com 2.539 novos casos confirmados de coronavírus e 61 óbitos, elevando para 282.645 os registros no Estado, com as mortes chegando a 6.160. Com os indicadores assemelhando-se aos piores momentos da pandemia e com a capacidade assistencial instalada saturada, à beira de colapso, o que levou até os gestores públicos a adoção de medidas mais radicais, o Conselho Regional de Medicina do Paraná emitiu “alerta máximo” para chamar a atenção da sociedade de modo geral sobre a necessidade de comprometimento de todos na observância das medidas sanitárias de prevenção.

O alerta foi repercutido pelos meios de comunicação e também pelas redes sociais, tendo alcance em todas as regiões do Brasil e até no exterior. Além de destacar que a capacidade operacional de saúde está esgotada, a nota aponta que “os profissionais de saúde estão em seus limites físicos e emocionais” e que há um grande contingente afastado do linha de frente de trabalho exatamente por ter sido alcançado pelo contágio da doença.

De acordo com o presidente do CRM-PR, Roberto Issamu Yosida, os número oficiais da Secretaria Estadual de Saúde mostram, até este início de dezembro, nada menos do que 55 mil notificações de possíveis casos de Covid-19 entre profissionais de saúde, dos quais 10.831 foram confirmados e 8,663 já estão recuperados. Entre médicos, foram 4.373 casos notificados, sendo 913 confirmados. Destes, 677 médicos estão recuperados. A estatística da Sesa mostra 124 óbitos de profissionais de saúde, incluindo 18 médicos. O CRM-PR tem este número em 19, por incluir profissional contaminado em outro estado e que faleceu em Curitiba, sua cidade natal e onde foi sepultado.

O Bom Dia Paraná, da RPC-TV, na manhã desta quarta-feira (2), deu ênfase ao atual momento dramático da pandemia, incluindo a publicação do decreto do “toque de recolher” e a ocupação quase total dos leitos disponíveis (são 2,6 mil internados, sendo mais de 1 mil já confirmados com Covid-19). Na ampla reportagem, bem esclarecedora à população, foi destacado o alerta emitido pelo CRM-PR e também a fala do presidente Roberto Yosida, conclamando a todos para o enfrentamento do inimigo comum, o vírus, com as armas hoje disponíveis, que são o distanciamento, o uso de máscara e higienização das mãos.

O presidente do Conselho ainda concedeu entrevista para a Rádio CBN Curitiba, na terça-feira (1) à tarde, explicando sobre a iniciativa de se emitir o “alerta máximo” e que teremos um período de muita dificuldade nas próximas semanas. Os Portais G1/O Globo, Exame Brasil, Terra, Banda B, Bem Paraná, Tribuna do Paraná e Paraná Portal e ainda a coluna “Sintonia Fina” repercutiram o alerta do CRM-PR, a exemplo de Conselhos de Medicina de outros estados, sociedades de especialidade e grupos nas redes sociais. Também a Ric Mais TV, ao abordar a transferência de pacientes para hospitais da Capital para o interior, repercutiu o alerta do Conselho, assim como a Band, em seu programa televisivo de quarta-feira (2).

O Portal Tarobá News repercutiu o alerta do CRM-PR, a exemplo da Catve.Com, a CBN Maringá, o portal Giro de Notícia (GN), o Portal Notícias da Região. Portal Femipa, Coluna do Verde/Maringá Mais, Tribuna Popular, Blog Meia Hora Notícias, Marechal News, Alerta Paraná, Rádio 98 FM Curitiba, Portal Rádio Vicente Pallotti, SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Regional do Paraná).

Em Londrina, a intensivista Dra. Zuleica Naomi Tano, do Hospital Universitário da UEL, deu entrevista e falou sobre a sensação de impotência que envolve os profissionais num momento em que a capacidade das UTIs está esgotada e não se pode oferecer com plenitude a qualidade assistencial.

Confira aqui o Decreto do Governo Estadual sobre o "toque de recolher".