05/12/2007

Até prova em contrário, todo vírus é dengue


Medida tenta controlar o avanço de epidemia no estado



A gravidade da epidemia de dengue no Paraná levou as autoridades sanitárias a decretar estado de alerta permanente no estado. Com isso, todo paciente que apresentar sintomas da doença começará a ser tratado imediatamente como tendo dengue, sem que se esperem os resultados dos exames de laboratório. "Todo quadro viral será tratado como dengue", afirma o secretário de estado da Saúde, Gilberto Martin. "A evolução da dengue clássica para a hemorrágica é muito rápida e o óbito pode ocorrer em apenas dez horas", completa.

A decisão da Secretaria da Saúde faz com que todos os casos notificados como suspeitos passem a ser encarados como positivos. Isso eleva consideravelmente as estatísticas da doença no estado. Até o momento, o Paraná contava 24,8 mil casos confirmados. A partir de agora, serão 46 mil doentes - número de notificações de suspeita até o mais recente boletim oficial, divulgado em outubro.
A medida adotada pela secretaria paranaense é recomendada para regiões onde se caracteriza epidemia - e a partir de agora o governo passará agora a conceituar as regiões com casos freqüentes de dengue como epidêmicas. "Não podemos baixar a guarda", afirma Saúde, Gilberto Martin, que com as medidas pretende minimizar a possibilidade de ter uma epidemia ainda pior em 2008.

O estado de alerta está previsto para ir deste mês até junho de 2008. Isso significa que durará todo o verão, época em que os focos de dengue se tornam mais comuns e em que a doença mais se prolifera.

Oito comissões macrorregionais serão formadas para fazer com que o estado de alerta funcione. Todas terão participação de cinco grupos: Secretaria da Saúde, Defesa Civil, Secretaria de Meio Ambiente, associações de prefeituras e o Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde. "Faremos reuniões mensais trabalhando as áreas mais críticas e buscando ajuda de parceiros", explica o presidente do Coselho de Secretários, Antônio Carlos Nardi, de Maringá.


Prevenção

Os cuidados que estão sendo adotados agora poderiam ter evitado a morte da estudante Mirileine Martiminiano da Silva, 15 anos. Ela foi a terceira pessoa a morrer de dengue este ano no Paraná, em abril. Ela morreu em Maringá depois procurar por atendimento médico por cinco vezes no sistema público entre Unidade Básica de Saúde e o Hospital Municipal de Maringá, onde acabou falecendo. Mesmo com os sintomas da dengue, ela foi dispensada pelos médicos para voltar para casa. Para piorar o drama da família, a causa da morte no hospital foi apontada como "indeterminada" no atestado de óbito.

Segundo Gilberto Martin, isso não deve acontecer mais no Paraná. O secretário diz que a nova forma de combate prevê um acompanhamento mais de perto. Ao ser caracterizado o quadro viral, além da hidratação serão prescritos paracetamol contra a dor e febre e monitoramento diário para verificar se o quadro não está evoluindo para dengue hemorrágica. Antes, o paciente podia esperar por até uma semana pelo resultado dos exames e nem sempre se cuidava adequadamente enquanto isso. Martin também informou que vai orientar aos secretários municipais de Saúde que não dispensem os servidores para as festas de fim de ano.


Fonte: Gazeta do Povo

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