Banalização da cirurgia plástica

A cirurgia plástica faz parte da vida das brasileiras e dos brasileiros. No prazo de um ano são realizadas por profissionais especializados, aproximadamente, 630 mil cirurgias plásticas no Brasil. Destas, 73% são intervenções estéticas e 27% reparadoras. Muitas são feitas no inverno, quando a mídia é invadida por anúncios de empresas sugerindo tratamentos rápidos e milagrosos, sem embasamento científico, por pessoas sem qualificação.


Preocupada com essa banalização, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (Regional Paraná) chamou para si a responsabilidade de alertar a população de que a cirurgia plástica é um procedimento nobre, que envolve estudo, perícia e formação nos mais rigorosos programas de treinamento médico.


O trabalho de orientação à comunidade será realizado durante todo o mês de maio e tem como mensagem principal orientar ao paciente que procure informação, confira se o seu médico é credenciado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica ou pelo Conselho Regional de Medicina (CRM). E que, na dúvida, sempre pergunte. Questione se o procedimento sugerido é o mais indicado para o seu caso, riscos envolvidos, detalhes sobre o pré e o pós-operatório, custos da cirurgia e local onde ela será feita.


Essas e outras dúvidas devem ser respondidas pelo médico de forma clara, em linguagem compreensível. Ele precisa falar sobre as expectativas do paciente, oferecer alternativas, quando apropriadas, sem pressioná-lo a realizar procedimentos desnecessários. Deve receber com naturalidade questionamentos sobre a sua formação, qualificação profissional, honorários e formas de pagamento.


A campanha dos cirurgiões plásticos paranaenses alerta, ainda, que o paciente deve estar atento quanto à divulgação de falsas especialidades, pois tal prática é proibida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pode ocultar um profissional que não é cirurgião plástico. E precisa saber também que a cirurgia plástica é uma especialidade única e indivisível, não existindo especialistas em cirurgia plástica facial, da mama, de lipoaspiração ou de estética. O médico é ou não é cirurgião plástico, embora possa optar pelas áreas que mais lhe atraem após ser aprovado e registrado como cirurgião plástico no CRM.


O CFM também é contrário a qualquer forma de intermediação de serviços médicos. O paciente deve evitar consórcios ou empresas que se propõem a arranjar cirurgião e clínica por um melhor preço , pois ele não é um produto, nem a cirurgia uma mercadoria a ser comercializada. Este tipo de mercantilização é condenado pelo CFM, pois pode comprometer a qualidade e a relação médico-paciente.


Cirurgia plástica é um passo muito importante na vida de uma pessoa. Estando bem orientada, ela pode beneficiar-se dos resultados estéticos que irão lhe conferir bem estar e resgate da autoestima, propiciando um padrão de beleza da forma mais natural. Afinal, como nos ensina o mestre Ivo Pitanguy, a maior revolução da cirurgia plástica é procurar naturalidade... é conseguir fazer com que uma correção feita seja imperceptível... e o normal é o que não se nota.



Artigo escrito por André Auersvald, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (Regional Paraná), e publicado no jornal href="http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/conteudo.phtml?tl=1&id=1255611&tit=Banalizacao-da-cirurgia-plastica" target="_blank">Gazeta do Povo em 17/05/2012.

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