03/12/2007

Brasil produzirá importante medicação contra a Aids

No Dia Mundial de Luta contra a Aids, o governo brasileiro está anunciando avanços no processo de fabricação nacional do Efavirenz 600 mg, medicamento importado muito usado no tratamento da doença no país. Os medicamentos produzidos nacionalmente devem estar disponíveis para os pacientes em maio do ano que vem. Segundo dados divulgados ontem, a Aids mata a cada dia mais de 5,7 mil pessoas em todo o mundo e contamina outras 6.800. O número de mortes é quase o dobro das baixas causadas nos ataques terroristas de 11 de setembro.

Mais de 33 milhões de pessoas vivem com o vírus HIV no mundo. Na América Latina, de acordo com a Onuaids, 100 mil novas pessoas foram contaminadas e 58 mil pessoas morreram no último ano. Um terço de todas as pessoas que convivem com o HIV na América Latina residiam no Brasil em 2005. No país, estima-se que 620 mil pessoas estejam contaminadas.

Atualmente, 38% dos portadores de HIV no país utilizam o Efavirenz. Estima-se que até o final de 2007, 75 mil das 200 mil pessoas em terapia anti-retroviral estarão usando o fármaco. Em maio, o presidente Lula assinou o ato de licenciamento compulsório do produto. Com a medida, a Merck Sharp & Dohme perderá a exclusividade de fornecimento e o Ministério da Saúde poderá ter o genérico do anti-retroviral.

A medida possibilitará a fabricação do medicamento em Farmanguinhos (Fábrica de Medicamentos da Fiocruz) e no Lafepe (Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco) para uso exclusivo no mercado público nacional. Estima-se que a medida representará uma economia de mais US$ 20 milhões por ano para o Brasil. O laboratório da Fiocruz já fabrica sete dos 17 remédios do coquetel anti-Aids.

Jorge Costa, vice-diretor de serviços tecnológicos de Farmanguinhos, conta que desde abril trabalha no desenvolvimento do remédio.

- O medicamento está pronto, já temos os lotes-piloto. Em dezembro, faremos testes para comprovar que o nosso medicamento é idêntico ao Stocrin, da Merck. Um grupo de pessoas receberá o Stocrin e outro, o nosso. Depois, compararemos a ação dos dois - diz Costa.

Em paralelo, são realizados testes de estabilidade do produto, para determinar prazo de validade.

- O paciente não notará diferença, já que sempre recebeu o remédio gratuitamente. Mas a economia gerada pode ser aplicada em outras drogas e programas - completa.

Até junho deste ano, foram notificados 474.273 casos da doença no Brasil, 289 mil na região Sudeste. As comunidades indígenas estão cada vez mais expostas à Aids.


Fonte: Jornal do Brasil

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