18/02/2021

CRM-PR reitera à Saúde Estadual que médicos ativos sejam vacinados e publicizado o escalonamento

Em plenária temática, representantes da Sesa atualizaram dados sobre imunização e expectativa da chegada de novas doses até o final de fevereiro; cobertura de trabalhadores da saúde ainda não chegou a 70%

A 70.ª Sessão Plenária Temática do Conselho Regional de Medicina do Paraná foi realizada na tarde desta quinta-feira (18), pela web, e teve a participação de representantes da Secretaria Estadual da Saúde para atualizar dados sobre a campanha de vacinação contra Covid-19, tanto para a população de modo geral quanto para os médicos. Índices da Sesa indicam que o Paraná já recebeu 538.900 doses do Governo Federal até o momento, tendo aplicado 308.972 delas, das quais 271.275 da primeira e 37.697 da segunda dose.

Neste momento, a imunização alcança aproximadamente 2,45% da população paranaense. Entre os profissionais e trabalhadores de saúde, a cobertura está hoje em 69,40%, indicando contingente significativo ainda à espera da vacina, incluindo médicos com registros ativos e constantes do rol compartilhado pelo CRM-PR com as autoridades sanitárias.

clique para ampliarclique para ampliarReunião dos conselheiros do CRM com representantes da Sesa. (Foto: Reprodução)

O assessor especial da Sesa, Dr. Cesar Augusto Neves Luiz, e a Coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Pasta, Dra. Acácia Maria Lourenço Francisco Nasr, destacaram que os imunizantes ainda não utilizados fazem parte do planejamento para a segunda dose. Deste modo, a expectativa é de que seja cumprida a promessa do Ministério da Saúde da chegada de mais um importante lote de vacinas até o final de fevereiro, permitindo alargar a cobertura dos profissionais de saúde e dos demais grupos de risco inseridos nas atuais etapas.

De acordo com fontes do MS, em anúncio nesta quinta (18), podem chegar ao Paraná este mês ainda (fevereiro) mais 452.366 doses, divididas em dois lotes – 10.113 doses do imunizante desenvolvido pela AstraZeneca em parceria com a Fiocruz, e 442.253 da CoronaVac, produzidas pelo laboratório chinês Sinovac com o Instituto Butantan, de São Paulo. Em março, seriam disponibilizadas mais 1.968.989 doses, sendo mais de 961 mil da parceria com o Butantan.

De acordo com a Sesa, dos grupos prioritários como idosos de faixas etárias superiores, pessoas com deficiência institucionalizadas e indígenas, a cobertura já chegou a 100%. A fonte ressalta ainda que não é verdadeira a informação de que alguma categoria da saúde pudesse ter sido privilegiada em termos percentuais. O sistema de gerenciamento ainda não foi ajustado por categorias, mas os gestores dizem prevalecer as orientações contidas no Plano Nacional de Imunização e no ordenamento de âmbito do Paraná e dos municípios, de modo que se tem dado atenção aos profissionais da chamada "linha de frente".

Como indicado pela Sesa, a primeira remessa de vacinas recebidas pelo Paraná foi de 265.600 (CoronaVac), depois mais 86.500 (AstraZeneca), seguida de 39.600 e, finalmente, 147.200 (ambas CoronaVac), totalizando as 538.900 doses. Não há estimativa prevista para o quinto lote, mas as fontes oficiais não preveem o início imediato da imunização de pessoas da fase 3, como as com comorbidades. Estatísticas indicam que só esse grupo representa aproximadamente 14 milhões de pessoas no Brasil.

A exemplo do já oficiado ao Ministério da Saúde e esta semana à Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, o CRM-PR reiterou à Sesa o pedido para que todos os médicos com cadastro ativo sejam vacinados e que o escalonamento seja público e claro. Além de médicos que se viram obrigados ao distanciamento do trabalho, por se encaixarem em situações de risco, há um grande número de profissionais que continua atuando no atendimento em clínicas e consultórios e ainda não foi vacinado. Os questionamentos vêm não somente de Curitiba como de várias outras cidades do Estado.

Apelo em nota oficial

No começo da semana, após oficiar as autoridades sanitárias e Ministério Público, o CRM-PR emitiu nota oficial realçando o pedido para que, “considerando o escalonamento oficial, seja imediatamente retomada a vacinação dos profissionais de saúde, respeitando os critérios definidos”. Como ressaltado no documento, “a interrupção da vacinação desses profissionais não tem amparo, considerando o cadastro de reserva necessário ao enfrentamento da pandemia. O CRM-PR insiste que sejam vacinados todos os médicos inscritos, com cadastro ativo e que foi previamente encaminhado às autoridades sanitárias.”

Números da Covid-19

Conforme dados divulgados nesta quinta-feira pela Sesa, o Paraná teve 3.027 casos confirmados e mais 92 mortes. Com isso, o total de casos chega a 600.189, sendo que 445.050 pessoas já estão recuperadas e 1.519 continuam internadas, sendo 764 em UTI. O número de mortes chegou a 10.907, sendo que a média móvel dos últimos sete dias é de 33, com decréscimo aproximado de 15% em relação a duas semanas atrás.

O último boletim epidemiológico da Secretaria indica ainda que o total de casos suspeitos de Covid-19 entre trabalhadores na saúde chegou a 61.113, sendo 17.073 confirmados. Hoje, 13.424 estão recuperados. As mortes somam 222, sendo 63 de profissionais de enfermagem, 45 de médicos (o registro do CRM indicava 43 óbitos), 31 da área farmacêutica, 20 da odontológica, 15 cuidadores de idosos, oito assistentes sociais e igual número de trabalhadores da área laboratorial e ainda sete da psicologia e cinco agentes comunitários, dentre outros.

Os dados oficiais indicam ainda que, entre os médicos foram notificados 4.641, dos quais 1.367 confirmados. Destes, 1.008 estão recuperados. Considerando o número de médicos em atividade no Paraná, pouco superior a 30 mil, e o de óbitos registrados, esta é uma das categorias de profissionais com o maior índice de mortalidade, indicador usado pelo CFM para reforçar seu pleito ao Ministério da Saúde visando a ampla cobertura vacinal.

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