06/10/2007
         Campanha reflete os limites da atual situação dos médicos na saúde pública
         
         Lançamento oficial de Quanto vale o médico? alerta que tanto os médicos como a população são vítimas
            
            
Em lançamento oficial da campanha Quanto vale o médico?, o CREMERJ reuniu médicos na sede do CBC (Colégio Brasileiro de
            Cirurgiões) nesta terça-feira, 2 de outubro, para discutir a atual situação dos profissionais na rede pública de saúde e as
            ações a serem tomadas pela valorização dos médicos.
            
Em seu discurso de abertura do evento, a presidente do CREMERJ, Dra. Márcia Rosa de Araujo, falou sobre a omissão e a
            transferência de responsabilidade aos médicos por parte dos gestores públicos. "Estamos vivenciando uma situação crítica na
            saúde e queremos que os governos deixem de se omitir e nos culpar por tudo aquilo que não conseguimos fazer porque não temos
            a mínima infra-estrutura necessária. Juntos poderemos fortalecer nossas iniciativas e alcançar condições de trabalho adequadas
            e salários dignos".
            
            
     Além de tratar sobre as dificuldades do dia-a-dia nos hospitais, nesta campanha de valorização do médico o Conselho
            do Rio de Janeiro abordará a falta de perspectivas para os jovens que ingressam no mercado de trabalho. "Os novos colegas
            entram na rede e não ficam, porque os salários são absurdamente baixos. Levamos muitos anos estudando e nos dedicando à Medicina
            e não somos valorizados. Hoje não enxergamos nenhuma perspectiva positiva, mas não vamos ficar calados diante disso", declarou
            a Dra. Márcia.
            
            
     "Queremos a valorização do médico e do serviço público, mas também a valorização do médico no serviço público", salientou
            o conselheiro do CREMERJ e do CFM Aloísio Tibiriçá Miranda, após afirmar que esta iniciativa coloca em outro patamar a mobilização
            da classe. "Agora demos o pontapé inicial, mas esse movimento é para um caminho longo", disse.
            
            
     Durante o encontro, representantes de entidades como a Academia Nacional de Medicina, a Federação Nacional dos Médicos,
            a Academia Fluminense de Medicina, a Sociedade Brasileira de Medicina e Cirurgia, a Academia de Medicina do Rio de Janeiro,
            de Comissões de Ética e profissionais que atuam em vários níveis de governo nos hospitais do Rio de Janeiro que participaram
            do evento ressaltaram a importância da campanha e colaboraram com idéias para unir a sociedade na luta contra o descaso. 
            
            
     "Precisamos reverter esta situação. Cansamos de nos reunir com secretários de saúde, prefeitos, governadores e ministros
            e só ficarmos em promessas. Vamos agir e mostrar para a população quem são os verdadeiros responsáveis pela falta de leitos
            nos hospitais, pela falta de medicamentos, pelas enormes filas de espera nas emergências", assegurou a Dra. Márcia.
            
            
     A campanha, que está nas ruas desde 30 de setembro, através de várias peças publicitárias, como outdoors, propagandas
            em jornal, televisão e rádio, ainda conta com uma página na internet para o debate e a adesão a um abaixo-assinado em prol
            de justas condições de salário e de trabalho para os médicos. No endereço www.quantovaleomedico.com.br também podem ser conferidas
            a agenda da campanha, estatísticas dos problemas de saúde e notícias relacionados ao tema. Ao longo deste mês, haverá maciça
            entrega de material nas unidades de saúde.
            
            
     Além disso, o CREMERJ convida a sociedade para uma ação neste domingo, 7 de outubro, às 10h30min, na Praia de Copacabana,
            na altura do Othon Palace Hotel, onde serão distribuídos panfletos à população com dados do caos na saúde pública. "Para mudar
            a situação, precisamos estar unidos. E neste domingo vamos mostrar aos gestores públicos a nossa força", finalizou a presidente.
            
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