29/08/2008

Cigarro: 2.500 mortes por ano



No Dia Nacional de Combate ao Fumo, uma péssima notícia para a população do Distrito Federal: 2.500 pessoas morrem a cada ano na capital do Brasil, vítimas de doenças relacionadas ao tabaco. E a cada ano, só para tratar destes males, a Secretaria de Saúde desembolsa R$ 20 milhões.


É por isso que tem crescido no DF a adesão de instituições públicas e privadas aos programas voltados para o controle do tabagismo. Atualmente, 81 empresas possuem ações ligadas ao tema - 80% delas públicas. Elas oferecem auxílio e tratamento aos funcionários fumantes. E têm contribuído para reduzir o número de fumantes, que de 2004 para 2007 passou de 650 mil para 330 mil no DF, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca).



19% da população fuma


Em todo o Brasil, o número de fumantes ainda é muito grande e representa 19% da população. Todo ano, de acordo com o Inca, 200 mil pessoas morrem por conta do tabaco. As maiores incidências são de doenças pulmonares obstrutivas e câncer de pulmão. Os efeitos provocados pelo cigarro também atingem, em médio e longo prazos, os fumantes passivos.


Os problemas de saúde envolvendo o tabagismo involuntário têm preocupado os principais órgãos de combate ao fumo. De acordo com a assessora técnica do programa de Combate ao Tabagismo da Secretaria de Saúde, a médica Rosângela Silvestre, a absorção da fumaça do cigarro por quem convive em ambientes fechados com fumantes tem sido motivo de preocupação. "As ações voltadas aos fumantes passivos têm sido permanentes. Eles ficam expostos às doenças do cigarro da mesma forma que o fumante", alerta a médica.


Segundo informações divulgadas pelo Inca, pelo menos 2.600 não-fumantes morrem a cada ano no Brasil por doenças atribuídas ao tabagismo passivo. A maioria das mortes - 60,3% -ocorre entre mulheres.


Uma lei distrital foi criada, em 1996, para reafirmar a Lei Federal 9.294, também de 1996, que proíbe o fumo em recintos fechados, como shoppings, hospitais, escolas e restaurantes. No DF, o decreto estabelece punição passível de multa para quem descumprir a lei. O valor a ser pago varia de R$ 200 a R$ 1,4 mil. Nos caso dos estabelecimentos que permitirem o uso do tabaco, a quantia desembolsada pelo desrespeito pode chegar a R$ 2 milhões.


Muitos fumantes tentam conciliar o período que passam em recintos fechados com as escapadas em ambientes abertos, para poder exercer o vício que não conseguem derrotar. O advogado Paulo César Furquim, 40 anos, fuma 30 cigarros por dia e confessa que passar longos períodos impossibilitado de fumar chega a ser angustiante. Para ele, que fuma há 25 anos, colocar um ponto final no vício não é uma tarefa fácil. "Todos os dias tento parar por motivos de saúde. Já investi muito dinheiro em remédio e adesivos, mas não consigo ficar mais de duas horas sem fumar", afirma.



Você se incomoda com os fumantes?


"Os fumantes sempre incomodam bastante. Não têm bom senso e nem educação. Sem contar que muitos não respeitam nem a lei, que proíbe fumar em ambientes fechados. Fumar já se tornou algo normal" Ivanilson Damascedo, 23 anos, comerciário.


"Além de ser uma falta de educação, os fumantes precisam entender que é direito das outras pessoas respirar um ar saúdavel. Não tenho nada contra quem fuma, mas, como não fumo, quero respirar ar limpo" Andréia Ribeiro, 25 anos, professora.


"É extremamente desagradável. Se for em local arejado e que não obrigue a gente a fumar junto, tudo bem. Mas ficar soltando fumaça perto de gestantes, crianças e não-fumantes, é péssimo" Perla Alves, 23 anos, analista de programas.


"Além de deixar o ambiente e as pessoas com um cheiro insuportável, prejudica muito as pessoas que sofrem de doenças respiratórias e alérgicas. Nós, passivos, fumamos mais do que os próprios fumantes" Wesley Melo, 28 anos, motorista.


"Essa falta de respeito com o direito do cidadão poder optar por não fumar acaba resultando em conseqüências graves, como, por exemplo, doenças respiratórias e câncer de pulmão. Seria ótimo não fumar junto". Ana Carolina Brito, 25 anos, professora.


Fonte: Jornal de Brasília

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