22/07/2011

Comissão Estadual de Honorários Médicos reúne especialidades para avaliar movimento

Para a primeira reunião, foram convidados representantes das sociedades de angiologia, cardiologia, endocrinologia, geriatria, ginecologia, neurologia, pediatria e ortopedia


Oito sociedades de especialidades foram convidadas pela Comissão Estadual de Honorários Médicos (CEHM) para uma reunião na próxima segunda-feira, dia 25 de julho, para apresentação de um balanço geral do movimento. Durante o encontro, agendado pra ocorrer na sede da Associação Médica do Paraná, em Curitiba, por volta do meio-dia, os especialistas decidirão os próximos passos necessários na luta pelos reajustes dos honorários pagos pelas operadoras de planos e pelos seguros de saúde. Serão avaliados, ainda, os resultados do descredenciamento individual dos planos de saúde, decisão tomada pelos mais de 250 médicos que participaram de reunião no dia 28 de junho.

Para a reunião da próxima semana, foram convidadas a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular - Regional Paraná - (SBVAC-PR), Sociedade Paranaense de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - Regional Paraná - (SBEM-PR), Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia - Seção Paraná - (SBGG-PR), Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Paraná (Sogipa), Sociedade Paranaense de Ciências Neurológicas (SPCN), Sociedade Paranaense de Pediatria (SPP) e Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia - Regional Paraná - (SBOT-PR). De acordo com a CEHM, posteriormente serão agendadas reuniões periódicas com as outras especialidades.


Sem negociação

Cada especialidade médica tem suas peculiaridades. Na ortopedia, a defesagem nos valores repassados pelos planos não somente atinge os honorários dos profissionais, mas também inviabiliza o funcionamento das clínicas de fraturas. O primeiro vice-presidente da SBOT-PR, Marco Antônio Pedroni, critica a recusa das operadoras de saúde suplementar em negociar, tanto com os médicos quanto com as clínicas. "Tentamos agendar reuniões com os planos, mas não conseguimos", reclama.

Marco Antônio Pedroni ressalva que algumas respostas positivas foram obtidas no interior do Estado. "Em Foz do Iguaçu, no Oeste, e em União da Vitória, no Sul, as negociações para os reajustes de consultas e plantões estão mais adiantadas", conta.

O primeiro vice-presidente da SBOT-PR diz que alguma medida tem de ser tomada, desde que dentro dos limites legais e éticos e que não comprometa os pacientes. "Os pacientes são os últimos que poderiam ser prejudicados e são os que mais poderiam nos ajudar nessa briga", afirma.


Disparidade

O pediatra Luiz Ernesto Pujol, um dos diretores de Defesa Profissional da Sociedade de Pediatria, também critica a postura dos planos. "Eles cobram uma fortuna dos usuários e repassam uma merreca aos médicos", protesta. Para o pediatra, mais grave ainda é a situação do Sistema Único de Saúde (SUS). "Os especialistas não tem se interessado pelos concursos em razão dos baixos salários, falta de condições de trabalho e o péssimo serviço prestado à sociedade, prejudicando a população carente, que não tem condições de pagar um plano de saúde", diz.


Taxa

Além de compartilharem das mesmas reivindicações de toda a categoria, os ginecologistas e obstetras defendem ainda o pagamento, pelas operadoras, de uma taxa de disponibilidade para os médicos não plantonistas que fizerem partos fora de sua jornada normal. De acordo com a médica Dulce Cristina Pereira Henriques, integrante da Comissão de Defesa Profissional da Sogipa, os planos não informam ao paciente que o parto pode ser feito tanto pelo médico que acompanhou a gestação quanto por um plantonista - e também não diferenciam o pagamento. "Temos uma situação sui-generis, que dura nove meses e que pode ter o seu desfecho a qualquer hora do dia", afirma.

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