Congratulações e solidariedade no Dia Internacional da Mulher

Beatriz Emi Tamura

8 de março - Dia Internacional da Mulher

O CRM-PR congratula-se com as mulheres na passagem desta sua data comemorativa em 8 de março, com menção especial às médicas que abraçam a causa de cuidar, preservar e salvar vidas, e que hoje, em nosso Estado, já representam quase a metade do universo de profissionais de Medicina.

Há um século, em 1920, as mulheres representavam somente 21,49% dos médicos no Brasil. Em 2010, o índice já tinha subido para 39,91%, numa tendência mundial de crescimento que tem seus principais exemplos os países mais desenvolvidos, como os Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Irlanda e Noruega. O número de mulheres ingressantes nos cursos médicos no Brasil tem sido maior nos últimos 10 anos, num fenômeno que projeta já para o próximo decênio uma inversão estatística, como ocorre desde 2011 no grupo de profissionais até 29 anos.

Temos a comemorar porque a história da carreira médica conduzida por mulheres se moderniza; e se fortalece. Nas universidades paranaenses (públicas e privadas), as acadêmicas também são maioria entre os ingressantes nos cursos de graduação em Medicina. E no quadro associativo de entidades médicas regionais paranaenses, por exemplo, elas mantêm importante representatividade em direções, comissões e grupos de trabalho para a capacitação continuada da qualificação profissional de seus pares e para a promoção da saúde da comunidade.

Este ano, o primeiro grupo de formandos da UEL completa o Jubileu de Ouro. Entre os 38 primeiros médicos formados pela UEL, apenas três eram mulheres. Hoje, o cenário é totalmente diferente. Entre os alunos das cinco turmas em andamento (ano letivo 2021) no curso de Medicina da UEL, 228 são mulheres, representando mais de 50% do total.

No Paraná, o Conselho Regional de Medicina (CRM-PR) registra 32.657 médicos ativos e as mulheres já representam 44% desse universo de profissionais de Médicos; somos 14.359 médicas no Paraná. Atualmente, são 13 as conselheiras do CRM, do grupo de 40 eleitos. Maior número da história.

Neste cenário, não há dúvida de que o crescente número de médicas foi chancelado pelos movimentos históricos do século passado, quando a mulher ocidental buscou e lutou por condições de trabalho. As estatísticas também mostram que o público feminino difere do masculino na escolha de especialidades, fixação territorial, jornada laborativa e até na forma de exercer sua atividade. Estamos aqui falando de liberdades de escolha para carreira, onde se busca o equilíbrio com suas próprias expectativas, não somente profissionais, mas também familiares e sociais.

Apesar de notório de que a capacidade individual não é uma questão de gênero, ainda assim a crescente participação feminina na carreira médica nas duas últimas décadas no Brasil é um feito a ser comemorado em data que se celebra o Dia Internacional da Mulher – a mulher cidadã, de todas as raças, etnias, habilidades, religiões, cultura, condição econômica ou posição social.

Primando pela paz, pelo respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais, este Conselho de Medicina igualmente aproveita a data para solidarizar-se com as mulheres ucranianas neste momento de aflição e temor, fazendo votos de que continuem fortes, persistentes e esperançosas de melhores dias ao lado dos seus entes. Ainda, temos a reiterar o respeito à comunidade ucraniana presente no Brasil e no Paraná nestes mais de 130 anos da chegada dos primeiros imigrantes e que tanto contribuíram para o nosso desenvolvimento social, cultural e econômico. Muitas das médicas ‑ e também dos médicos ‑ que exercem seu ofício no Paraná descendem desses imigrantes e representam destacado papel na elevação do bom nome da Medicina. Merecem, assim, a nossa reverência nesta data.

A todas, como gesto solidário e de apreço aos movimentos coletivos e individuais das mulheres, um trecho do poema “Esta é a tua safra”, de Cora Coralina (1889-1985): “[...] Se souberes viver, aproveitar lições, escreverás poemas. Teus cabelos brancos serão bandeiras de paz. E viverás na lembrança das novas gerações. Esta é a tua luta. Esta é a tua safra”.

*Beatriz Emi Tamura é médica especialista em Medicina do Trabalho e Acupuntura, conselheira do CRM-PR e presidente da Associação Médica de Londrina.

**As opiniões emitidas nos artigos desta seção são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, o entendimento do CRM-PR.

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