Uma proposta de Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicada no dia 7 de julho, quer reduzir
a quantidade de iodo presente no sal brasileiro. De acordo com a
href="http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=6545" target="_blank"> consulta pública n.º 35
somente o sal que possuir entre 15 e 45 mg de iodo a cada quilo do produto será considerado próprio para consumo humano. A
proposta permanecerá em consulta pelo período de 60 dias.
Atualmente, o sal comercializado no Brasil deve possuir entre 20 e 60 mg de iodo a cada quilo de produto. "Estamos propondo
essa redução a pedido da Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, pois existem indícios de que
o consumo excessivo de iodo poder aumentar o número de casos de Tireoidite de Hashimoto", afirma a diretora da Anvisa, Maria
Cecília Brito.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que, nos países em que a população consome em média 10g de sal por dia,
a quantidade de iodo a cada quilo de sal esteja entre 20 e 40mg. No Brasil, a última Pesquisa de Orçamentos Domiciliares do
Ministério da Saúde, de 2003, apontou que o consumo domiciliar diário de sal pelo brasileiro é de, em média, 9,6 g. Esse valor
somado ao sal proveniente de alimentos processados e dos alimentos consumidos fora de casa perfazem um consumo de 12g de sal
ao dia.
Tireoidite de Hashimoto
De acordo com a OMS, a Tireoidite de Hashimoto pode ocorrer quando as pessoas estão expostas ao consumo excessivo de iodo
durante um período de cinco a dez anos. A organização alerta, ainda, que a ingestão de mais de 300 microgramas (mcg) de iodo
por dia pode ocasionar doenças autoimunes da tireoide. A Tireoidite de Hashimoto é uma doença autoimune caracterizada pela
inflamação da tireoide, causada por um erro no sistema imunológico. Dentre os principais sintomas da doença estão fadiga crônica,
cansaço fácil e ganho de peso.
DDI
A iodação do sal é uma medida adotada mundialmente para prevenir Distúrbios por Deficiência de Iodo (DDI). Entre as principais
doenças relacionadas à falta de ingestão do iodo estão: retardo mental grave e irreversível e surdo-mudez em crianças, anomalias
congênitas e bócio.
As necessidades diárias de iodo variam, em média, de 90 microgramas (mcg), em crianças de 0 a 59 meses, a 150 mcg, em
crianças a partir de 12 anos e adultos. Entre gestantes, as necessidades são mais altas e chegam a 250 mcg por dia.
Na década de 90, o Brasil estabeleceu a faixa de iodação do sal entre 40 a 100 mcg de iodo por quilo de produto. Em 2003,
essa quantidade foi alterada para os limites atuais.
Pesquisa
Em 2007, a OMS publicou um panorama da nutrição de iodo no mundo. A pesquisa realizada em 130 países, no período de 1994
a 2006, revelou que 31% da população mundial ainda apresenta ingestão insuficiente de iodo.
As Américas tiveram a melhor situação com apenas 11% da população apresentando uma ingestão inadequada de iodo. Já o pior
cenário foi encontrado na Europa, onde 52% não ingere esse nutriente na quantidade adequada.
Fonte: Anvisa