Ronaldo Laranjeira fala sobre dependência química para médicos e estudantes de Medicina do Paraná



Implantação de políticas públicas adequadas para o atendimento de pacientes com dependência química, incentivo às pesquisas científicas baseadas em evidências, possibilidades de tratamento, planejamento e gerenciamento psiquiátrico foram alguns temas abordados pelo médico psiquiatra, Ronaldo Ramos Laranjeira, durante o curso ministrado na manhã de sábado, dia 4 de junho, na sede do CRM-PR, em Curitiba. Na oportunidade, cerca de 150 médicos e estudantes de Medicina acompanharam, de forma interativa, a aula do professor e pesquisador da Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp).


"Precisamos de estrutura comunitária para que haja orientação familiar", explica o PhD em Dependência Química, que também coordena a Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas na Faculdade de Medicina da Universidade. Ele acredita que, apesar da expansão do número de pessoas que precisam de tratamento de dependência química, não houve aumento de profissionais competentes e estrutura com condições adequadas para tratar os doentes.


No intervalo, o médico psiquiatra atendeu a imprensa paranaense posicionando-se desfavorável a regulação do uso da maconha e falou sobre o que considera um falso debate sobre a legalização das drogas. "Eu sou contra, porque acho simplistas e salvacionistas os argumentos para a liberação. As pessoas defendem que, tendo maiores facilidades de acesso às drogas, os problemas serão resolvidos. O oposto da criminalização não é a descriminalização. O correto seria criar uma rede de assistência em saúde capaz de prevenir, com base em evidências científicas, e tratar os dependentes", pontua. Laranjeira afirma que a regulação do uso da maconha tem um efeito "perverso" na população mais desassistida. "Um dos principais exemplos é que 10% de todos os adolescentes menores de 15 anos que experimentam vão ter um quadro psicótico", afirma.


Ao término da atividade, o conselheiro e presidente da Sociedade Paranaense de Psiquiatria, Marco Antonio Bessa, sorteou entre os participantes quatro exemplares do livro "Álcool e direção. Beber ou dirigir", de autoria de Ronaldo Laranjeira, Sérgio Duailibi e Ilana Pinsky. Na oportunidade, disse estar satisfeito com a atividade. "Promovemos um evento de altíssimo nível técnico e prestigiamos os colegas médicos e estudantes de Medicina", ressalta o psiquiatra, que foi convidado pelo palestrante para participar do Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e Drogas (INPAD). "Do ponto de vista científico, será muito importante para o Paraná participar das pesquisas nacionais, pois podemos ampliar a prevenção baseada em evidências e contribuir para o controle social destas doenças", afirma.



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