14/03/2012
Descredenciamento de prestadores serviços da saúde suplementar pode ter lei com regras mais rígidas
Dar maior estabilidade às redes de prestadores de serviços das operadoras de planos privados de assistência à saúde e garantir
a qualidade do atendimento aos beneficiários desses planos são os principais objetivos do Projeto de Lei do Senado 165/11.
A proposta, que altera a Lei dos Planos de Saúde ( nº 9656/98), cria regras mais rígidas para o descredenciamento no setor
suplementar e está pronto para votação na Comissão de Assuntos Sociais (CAS).
Dentre as medidas, o projeto prevê a ampliação, de 30 para 180 dias, do prazo mínimo necessário para a comunicação da
operadora à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e ao titular do plano de saúde de alterações na rede de prestadores
de serviços ou de profissionais tais como clínicas, laboratórios, ambulatórios e médicos, - e não somente hospitais, como
contempla a lei em vigor.
Além disso, o projeto estabelece que o descredenciamento do profissional de saúde pela operadora seja obrigatoriamente
"motivado, justo e executado mediante processo administrativo", com observância plena dos direitos à ampla defesa e ao contraditório.
O objetivo é evitar abusos prejudiciais ao profissional e aos beneficiários.
Profissional
A proposta também inclui novas exigências para os prestadores de serviços contratados como a obrigatoriedade de o profissional
credenciado, referenciado ou cooperado que se desligar de disponibilizar os dados clínicos de seus pacientes, para garantir-lhes
a continuidade de tratamento em outro serviço. Pelo texto, o profissional também será obrigado a comunicar à operadora, com
180 dias de antecedência, da decisão de seu desligamento voluntário.
Na justificativa do projeto, o autor, senador Lobão Filho (PMDB-MA), ressalta que o descredenciamento de prestadores de
serviço e de profissionais de saúde é uma das mais frequentes razões de reclamação junto ao sistema de defesa do consumidor.
Ele afirma ainda que a proposta minimizará os problemas da "conflituosa relação entre profissionais e operadoras de planos
privados de saúde".
"O maior prejudicado nesse embate é o paciente-beneficiário, que pode ter o seu tratamento de saúde interrompido ou perder
o acesso a um profissional ou serviço de sua confiança" - acrescenta o parlamentar na justificativa.
O projeto, que será apreciado terminativamente pela CAS, tem parecer favorável do relator, senador Casildo Maldaner (PMDB-SC).
O parlamentar também ressalta que a proposta, se aprovada, trará benefícios não apenas para os consumidores dos planos de
saúde como também para os profissionais de saúde vinculados às operadoras.
"Não há dúvida de que se fazem necessárias regras mais adequadas para disciplinar as relações entre operadoras de planos
privados de assistência à saúde e seus prestadores de serviços", assinala o senador catarinense em seu relatório.
Fonte: Agência Senado