14/11/2007

Diabetes preocupa o mundo

Hoje, Dia Mundial de Combate ao Diabetes, não há muito a comemorar. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que existem atualmente cerca de dez milhões de brasileiros com a doença. O diabetes é a quarta causa de mortes no mundo e atinge 246 milhões de pessoas em todo o planeta. Esse número pode chegar a 380 milhões em 2025.

Conhecida popularmente como açúcar no sangue ou hiperglicemia, o Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica, ou seja, que não tem cura, embora tenha tratamento. Especialistas definem o problema como um distúrbio metabólico causado por ausência absoluta (diabetes tipo I) ou relativa (diabetes tipo II) de insulina no organismo. A doença envolve o metabolismo da glicose, das gorduras e das proteínas e tem graves conseqüências no organismo.

O DM tipo I geralmente se inicia na infância e adolescência, mas também pode acontecer na idade adulta. Representa de 10% a 20% dos casos de diabetes e requer, obrigatoriamente, o uso de insulina. O DM tipo II representa cerca de 80% a 90% dos casos de diabetes. Neste caso, existe tanto uma resistência à ação da insulina nas células do organismo quanto uma redução progressiva de sua produção pelo pâncreas.

O DM é considerado um sério problema de saúde pública justamente por causa do aumento de casos e da crescente mortalidade ocasionada pela doença. De acordo com a endocrinologista Nailée Viana, é preciso estar atento a alguns sintomas. Sede excessiva, vontade de urinar diversas vezes, perda de peso (mesmo sentindo mais fome e comendo mais do que o habitual), visão embaçada, machucados que demoram a cicatrizar, cansaço inexplicável e dores musculares são alguns deles. Em vários casos, não há sinais importantes até que o paciente apresente um quadro grave.

Por isso, o portador do diabetes pode passar muito tempo, às vezes anos, para descobrir a doença. Isto ocorre com maior freqüência no DM tipo II. "Mais de 60% dos portadores desse tipo de diabetes sequer sabem que têm a doença. Por isso, alertamos que é muito importante pesquisar e fazer exames quando surgem sinais que podem ser facilmente confundidos com estresse e fadiga, principalmente a partir dos 40 ou 45 anos", alerta a endocrinologista.


Tratamento é constante

O aposentado Antônio Guilherme da Silva, 62 anos, tem diabetes há quase duas décadas. Ele conta que descobriu a doença por acaso. "Não sentia absolutamente nada, mas por curiosidade fiz o exame do furinho no dedo, aquele que mede a taxa de glicose no sangue. Para minha surpresa, foi constatado uma alteração, que se confirmou como diabetes após o exame laboratorial", diz.

Antônio lembra que não deu importância quando descobriu que tinha a doença. "Morava no interior de Minas Gerais e não tinha acesso a informações. Quando mudei para Brasília passei a monitorar as taxas e a cuidar da minha alimentação. Hoje sei que o diabetes pode causar impotência, cegueira e problemas no coração", ensina.

De fato, quando não tratada, a doença ocasiona a lesão de vasos sanguíneos, o que leva à amputação de membros. "Os rins também podem ser lesionados, resultando em insuficiência renal e dependência de hemodiálise. Quando não cuidado a tempo, o diabetes pode até provocar um acidente vascular cerebral (AVC)", acrescenta a endocrinologista Nailée Viana.


Disciplina

Nailée lembra que o controle rigoroso da glicose reduz significativamente a chance destas complicações. No entanto, é negligenciado por muitos pacientes. "A mudança de hábitos de vida é uma exigência do controle da doença e requer disciplina e persistência. Uma vez incorporada, a rotina diária torna-se fácil e o paciente passa a ter uma qualidade de vida excelente", afirma. "Especialistas devem ser consultados periodicamente e os exercícios físicos são fundamentais no controle da doença, assim como a alimentação saudável", completa.

Embora comemorado hoje, o Dia Mundial de Combate ao Diabetes foi lembrado ontem na Rua das Farmácias (302 Sul) pelo grupo Unicom, que promoveu a "Manhã da Saúde". A iniciativa faz parte do programa Saúde Acompanhada de Perto, no qual o grupo coloca à disposição da população do DF uma equipe de farmacêuticos que aferem a pressão sanguínea e a taxa de glicose no sangue. Os profissionais coletam dados, realizam entrevistas para orientar no cuidado do diabetes e encaminham pacientes para os médicos especialistas. Para participar basta passar em uma das farmácias do grupo na Asa Sul ou Taguatinga.

Hoje será a vez do Taguatinga Shopping atender a população. Durante todo o dia, médicos e nutricionistas realizarão exames de glicemia e distribuírão folhetos e orientações sobre o diabetes.


Fonte: Jornal de Brasília

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