08/03/2021

Diretor da Sesa faz apelo para que população tenha consciência do momento dramático na saúde

Em entrevista à Rádio Banda B, o diretor de Gestão em Saúde, médico Vinicius Filipak, exibe cenário dramático no Paraná, com fila de espera por leito que pode passar de mil pacientes

De acordo com estimativas das autoridades sanitárias, a expectativa nesta segunda-feira (8) era que a fila de espera por um leito de enfermaria ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Paraná passasse dos mil pacientes. Se antes 92% dos que precisavam de um atendimento avançado conseguiam um leito em 24 horas, agora apenas 62% são transferidos no primeiro dia e a tendência é de piorar ainda mais. Apesar de tudo isso, não se vê na sociedade atitudes para mudar a realidade, de acordo com o diretor de Gestão em Saúde da Secretaria de Saúde do Paraná (Sesa-PR), Vinicius Filipak, que teme que parte da população paranaense seja dizimada pelo pensamento individual das pessoas.

“A sociedade paranaense tem a cada dia desconsiderado dados que nós estamos informando, que é a de falta de leitos, questionando ainda medidas restritivas, não usando máscara e aglomerando. Se a sociedade quer pensar no conforto pessoal, seguir a vida normalmente, não usar máscara e negar o que está acontecendo, toda ação terá uma consequência. Apenas a sociedade poderá fazer diferente e, se isso não acontecer, teremos um risco de dizimar parte da população do Paraná e do Brasil. Quem consegue um leito de UTI, de 40 a 50% morrem. Decidiu-se que o conforto econômico é mais importante que a Saúde”, lamentou.

O diretor ainda criticou a politização da doença, especialmente com notícias falsas que chegam à população mais simples. “Politização que confunde as pessoas e, especialmente os mais simples, se questionam sobre o que devem fazer. Mesmo com todo esforço dos profissionais de saúde e sem um minuto de relaxamento, as pessoas, notadamente as mais simples, não atendem aos cuidados de distanciamento social. Pessoas serão dizimadas. Se a escolha da sociedade é essa, a consequência será de acordo com ela”, desabafou.

Ainda de acordo com Filipak, nesta segunda-feira a situação é muito preocupante. “Só no Paraná são quase 700 pacientes aguardando por leitos nesta segunda, somando com Curitiba e região, que ainda não temos dados, deve passar de mil. Antes, 92% dos pacientes eram internados em 24 horas e hoje apenas 62% conseguem neste tempo. A espera será cada vez maior, especialmente para quem precisa de UTI”, ponderou.

Apesar da importância dos cuidados em uma UTI, o diretor de Saúde explicou que o atendimento fora dela não é uma sentença de morte. “A UPA tem ventilador e profissionais para atender. A sentença de morte se dá pela contaminação, porque não há milagre para contornar a gravidade da doença. Não há disponibilidade hoje no Brasil para se atender tamanha demanda, inclusive em São Paulo que é o país mais rico da federação”, concluiu.

Outro ponto de desabafo é ainda ver pessoas acreditando em tratamentos precoces com remédios sem comprovação cientifica, que podem até agravar os casos.

Recorde de Internados

De acordo com a Sesa-PR, neste domingo eram 2.248 pacientes com diagnóstico confirmado de Covid-19 estão internados. São 1.962 pacientes em leitos SUS (816 em UTI e 1.146 em leitos clínicos/enfermaria) e 286 em leitos da rede particular (116 em UTI e 170 em leitos clínicos/enfermaria). Ainda, há outros 2.124 pacientes internados, 765 em leitos UTI e 1.359 em enfermaria, que aguardam resultados de exames. Eles estão em leitos da rede pública e particular e são considerados casos suspeitos de infecção pelo Sars-CoV-2.

Fonte: Rádio BandaB

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