08/08/2007

É normalizado o atendimento médico em Pernambuco


Assembléia aceita proposta do governo do estado e encerra movimento


Os médicos da rede pública estadual decidiram encerrar o movimento por melhores condições salariais e de trabalho. Em assembléia, realizada ontem à noite, no Teatro Valdemar de Oliveira, eles aprovaram a proposta que aumenta no mínimo em 35,7% os salários da categoria. Os diaristas passarão de R$ 1.400,00 para R$ 1.900,00. Já os plantonistas deverão receber R$ 2.900,00, sendo que R$ 1.000,00 referem-se à gratificação de plantão, o que representa um acréscimo de cerca de 45% se comparado com os ganhos atuais. O movimento começou há 20 dias, quando os traumo-ortopedistas pediram exoneração. Nos dias seguintes, pediram demissão cirurgiões vasculares e gerais.

Com a aprovação da proposta, a Assembléia Legistativa votará hoje o projeto de lei de reajuste salarial dos médicos, com a emenda que o governo do estado enviou na noite de ontem. A previsão é que o atendimento nos hospitais volte a se normalizar amanhã com a oficialização do processo pelo governo do estado. "Foi um acordo do bom senso. Assim saíram ganhando os médicos, o governo e, principalmente, a população, que tem mais sofrido com a situação da saúde", avaliou o presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Mário Lins. A Assembléia Legislativa ficou de plantão até às 23h de ontem à espera do resultado da discussão dos médicos para publicar a proposta aprovada no Teatro Valdemar de Oliveira.

Além do aumento imediato dos salários, o governo do estado concederá outras vantagens para a categoria médica. Uma delas é a implantação até o final do próximo ano Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCV), o que se dará em quatro etapas baseadas no tempo de serviço dos profissionais. O estado também se compromoteu a revogar os processos contra os 28 médicos notificados e desconsiderar os pedidos de exoneração apresentados por mais de 120 pessoas. O cirurgião geral do Hospital da Restauração (HR), Guido Correa Júnior, é um dos profissionais que pretende rever a exoneração. "Voltarei ao trabalho em sinal de crédito ao governo, mas se as condições deatendimento continuarem como está não terei dúvida em pedir exoneração novamente", disse o médico.

A proposta acatada pelos médicos foi levada à categoria pelo presidente da OAB-PE, Jayme Asfora. "Decidimos entrar no processo de mediação depois que o movimento entrou na fase de judicialização, o que levou a um clima de animosidade", justificou. Asfora, antes da votação, ressaltou que a proposta de aumento não faria os médicos receberem o salário justo, porém representava uma vitória para a categoria. "Acho a proposta aquém do ideal, mas boa para o momento", justificou. O ponto de vista do presidente da OAB se assemelhou aos do presidente do Simepe e do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), Carlos Vital. "Pode não ser uma vitória antológica, mas é uma vitória política e moral", disse Vital, argumentando que se o movimento continuasse haveria perdas para a categoria, o estado e a população.


Diário de Pernambuco (PE)

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