21/07/2010

Empresas pagam médico top "por fora" para funcionários


Prática evita que empregados percam tempo com médicos ineficazes oferecidos pelos planos de saúde



Algumas grandes empresas já não oferecem a seus funcionários só o plano de saúde tradicional. Decidiram pôr à disposição médicos e hospitais extras, muitos de altíssimo nível.

Nessas listas figuram os hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês, os mais conceituados de São Paulo, e medalhões como Roberto Kalil (cardiologista do presidente Lula), David Uip (infectologista que cuida da modelo Naomi Campbell) e Claudio Lottenberg (oftalmologista diretor do Einstein).

Entre as empresas que adotam esse tipo de política estão os bancos HSBC e Santander e a operadora de telefonia móvel Vivo.

Todas têm contrato com grandes planos de saúde. O que as levou a ampliar as opções de médicos e hospitais foi a constatação de que a rede credenciada desses convênios muitas vezes não tem competência suficiente para solucionar todos os problemas de seus funcionários.

"Você vai ao médico do convênio, e ele pede dez exames, sem objetivos definidos. Aí você não gosta, vai a outro, que pede mais 20 exames. Enquanto isso, o tempo passa, dinheiro é desperdiçado e seu problema não é resolvido", diz o diretor de saúde da Vivo, Michel Daud.

Na Vivo e no HSBC, os funcionários com doenças mais graves -não importando o cargo- são encaminhados para os médicos e hospitais "top". Os custos são bancados pela empresa.

No caso do Santander, o banco pediu à operadora contratada que sua lista de médicos fosse maior que a oferecida a outras empresas. Os nomes extras foram escolhidos pelo banco.

"São médicos de qualidade, que não atendem pelos convênios", afirma a gerente de recursos humanos do Santander, Beatriz de Pieri.

Os médicos mais conceituados não aceitam os planos convencionais porque as operadas pagam em média R$ 35 por consulta. Quando quem paga é o paciente, os profissionais cobram pelo menos R$ 400.



GASTOS

O investimento em médicos e hospitais qualificados vai na contramão das políticas de redução de custos das operadoras de plano de saúde, como negar exames e cirurgias, enxugar a rede credenciada e oferecer honorários médicos defasados.
"Esse tipo de corte resolve apenas no curto prazo. Mas, no médio e no longo prazo, a situação piora", diz Vera Saicali, diretora de recursos humano do HSBC.

Quando se recorre a muitos médicos e exames, a mensalidade do convênio sobe mais no ano seguinte, e os empregados levam mais tempo para voltar ao trabalho.

A Vivo diz que seus gastos com saúde representam 9% da folha de pagamento, abaixo da média de 16% das empresas. No Santander e no HSBC, a mensalidade do plano de saúde subiu 3% e 8% respectivamente no último ano, ante 11% do mercado.


Fonte: Folha de São Paulo

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