05/06/2012
Entidades e médicos se reúnem com deputado Osmar Serraglio, revisor da MP 568
Foram realizados dois encontros, um na semana passada, no aeroporto, e outro ontem, na Assembleia Legislativa.
Um grupo de médicos composto pelo presidente do CRM, Alexandre Gustavo Bley; o vice-presidente do CRM, Mauricio Marcondes
Ribas; o presidente da AMP, João Carlos Baracho; o presidente do Sindicato dos Médicos, Mario Ferrari; o vice-presidente da
AMB, José Fernando Macedo; e os médicos do Hospital de Clínicas da UFPR, Eduardo Lourenço, Glauco Mello, Rafaello di Bernardi
e José Godoy, estiveram reunidos na tarde de 29 de maio com o Deputado Federal Osmar Serraglio para discutir os efeitos da
MP 568/2012.
A MP 568, publicada dia 14 de maio, interfere na remuneração dos médicos servidores públicos federais e desfigura também,
a jornada de trabalho daqueles que integram o executivo. Médicos que têm hoje uma jornada de 20h semanais no serviço público,
ao ingressarem na carreira teriam que cumprir 40h semanais pelo mesmo valor, ou seja, uma redução de 50% na remuneração. O
Deputado Osmar Serraglio é o revisor da medida em sua tramitação na Câmara. Sua intervenção pode corrigir as distorções que
prejudicam os médicos.
Na reunião as entidades argumentaram de que a saúde pública e os médicos servidores federais já têm os vencimentos achatados
e estão na luta pelo instituição de uma carreira própria, que fixe os médicos no serviço público. A importância do Hospital
de Clínicas como principal hospital público do Paraná também foi pautada pelos médicos.
O José Fernando Macedo convidou o Deputado a visitar os pronto atendimentos da capital paranaense para que este tome ciência
do caos e do abandono da nossa saúde pública.
O Deputado Osmar Serraglio recebeu com surpresa os pontos da MP que prejudicam os médicos e se comprometeu a analisar
com profundidade, ouvindo as entidades médicas nacionais, para que as distorções possam ser corrigidas.
Mais um encontro
Ontem, 4 de junho, os representantes das entidades médicas e médicos do HC reuniram-se mais uma vez com o revisor da MP,
na Assembleia Legislativa. "No encontro o deputado externou que o governo entende que houve um equívoco na MP em relação à
classe médica", afirma o presidente do CRM-PR, Alexandre Gustavo Bley. Solicitei a ele, como vice-líder do governo, que intermediasse
politicamente uma forma do governo retirar esses artigos da MP que afetam aos médicos e que também iniciássemos uma discussão
sobre a construção de um plano de carreira para os médicos nos diversos níveis do setor público. A questão não é somente modificar
a MP, temos que começar a discutir esse plano, precisamos evoluir", ressalta.
Na reunião, o deputado informou os médicos sobre a situação atual, sobre diversas emendas recebidas e sobre as possibilidades
de reversão aos danos que a medida causa a carreira dos médicos e médicos veterinários. Ele se mostrou sensível a reivindicação
dos médicos e informou de que diversos deputados demonstraram a mesma inclinação. Como a medida provisória alcança outros
servidores até com reajuste, é necessário que se encontre uma maneira de reverter as distorções causadas aos médicos sem derrubar
a MP como um todo.
O debate também trouxe à tona a questão de revalidação dos diplomas de médicos formados no exterior. Os médicos se mostraram
preocupados com a qualidade de formação desses profissionais.
Mario Ferrari afirmou que esta talvez seja a oportunidade de se intensificar o debate de uma carreira própria de estado
para os médicos. Uma carreira atraente, que fixe os médicos no serviço público e ajude a resolver os problemas de falta de
médicos no interior do País, nos locais mais distantes.
Nesta quarta-feira, 6 de junho, os médicos do Hospital de Clínicas farão uma nova assembleia para discutir os rumos da
mobilização e a possibilidade de retomada da paralisação na próxima semana.
Além dos dirigentes das entidades médicas, participaram desse segundo encontro médicos veterinários do CRMV e servidores
da UFPR.
Fonte: Simepar com informações do CRM-PR