24/08/2012

Fórum debate desafios para melhorar o atendimento de emergência na saúde pública

Para debater desafios e apontar soluções para o atendimento emergencial no sistema público de saúde, representantes dos conselhos de Medicina de sete estados reuniram-se nos dias 23 e 24 no Fórum Sul-Sudeste sobre Urgência e Emergência, promovido pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj). o presidente do CRM-PR, Alexandre Gustavo Bley participou do evento representando a entidade.


Segundo o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Aloísio Tibiriçá, o atendimento de emergência é um dos principais problemas do sistema de saúde do Brasil. "Quando o paciente mais necessita de atendimento, encontra muitas dificuldades. São problemas estruturais que existem nos hospitais: falta de médicos, desde clínicos gerais, pediatras, até especialistas nas equipes".


Tibiriçá disse ainda que o número de médicos por paciente atualmente é aleatório. Ele defende um número determinado de médicos, dependendo do setor e da gravidade dos pacientes. Segundo o vice-presidente do CFM, o fórum também vai discutir a questão das vagas nas emergências.


"Estamos discutindo esse conceito, chamado de vaga zero na emergência, que gera muitos conflitos na porta dos hospitais. Emergência tem vaga? Se é emergência você tem que atender de qualquer maneira, porque o doente está muitas vezes em situação de risco, é uma coisa vital", disse.


De acordo com Tibiriçá, o Brasil tem hoje a metade do número de leitos por mil habitantes do que tem a Espanha, por exemplo, com impactado muito no atendimento. "Nós vemos uma carência de profissionais nas unidades. Sabemos que é pela sobrecarga de trabalho, pela desorganização do setor, pela superlotação e pelo baixo salário. Você não tem médico para atender as pessoas, hoje, nas emergências em larga escala".


Uma outra dificuldade apontada pelo especialista é a falta de articulação entre os hospitais. Segundo ele, uma unidade não se comunica adequadamente com as outras. "Hoje, muitas vezes, o que acontece é que todos os pacientes ficam juntos, amontoados na mesma sala, no mesmo local. Se eu preciso transferir, por exemplo, um paciente de uma UPA [Unidade de Pronto-Atendimento] para um hospital. Então eu preciso ter essa rede azeitada, funcionando adequadamente. Isto ainda é um desafio", disse Tibiriçá.



Fonte: Agência Brasil com informações do CRM-PR

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