01/07/2011

Ginecologistas e obstetras do Estado de São Paulo param de atender planos em setembro

Suspensão do atendimento acontecerá nos dias 1º, 2 e 3 em protesto contra o fato de empresas não avançarem nas negociações por reajustes dos procedimentos


Os ginecologistas e obstetras do Estado de São Paulo vão parar nos dias 1º, 2 e 3 de setembro de 2011. A suspensão do atendimento ocorrerá no sistema de saúde suplementar: não serão feitos quaisquer procedimentos eletivos referentes a planos e seguros-saúde. É uma espécie de ultimato que os especialistas paulistas dão às empresas após frustradas tentativas de negociações de reajustes de honorários e/ou de propostas muito aquém das expectativas.

Desde outubro de 2010, quando constituiu sua Banca de Negociações, a Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo (SOGESP) fez numerosas tentativas de diálogo com um total de 49 operadoras. A principal reivindicação é a adequação dos honorários médicos à Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) de 2003, reajustados com base no IGPM até 2010.

Os números demonstram bem a intransigência das empresas, cujos nomes serão divulgados oportunamente. Até agora, 29 não se reuniram com a SOGESP, sendo que uma foi enfática em não querer nem conversar: a Porto Seguro.

Outro bloco, de 19 planos, abriu diálogo. No entanto, após o encontro e a formalização da proposta, apenas uma se dispôs efetivamente a negociar. Oito não responderam à proposta SOGESP e outras seis a rejeitaram. De outras quatro, aguarda-se contato, pois ainda estão no prazo para responder.

Diante de tal quadro, que denota efetivo desrespeito aos problemas enfrentados pelos ginecologistas e obstetras, foi aprovada durante a terceira reunião com as diretorias regionais e representantes credenciados, em Campinas, em 19 de junho, a suspensão do atendimento aos planos de saúde no período de 1º a 3 de setembro. O ultimato ocorrerá justamente em meio ao 15.º Congresso Paulista de Obstetrícia e Ginecologia, quando os 6 mil profissionais debaterão quais os próximos passos do movimento, avaliando inclusive recomendações de descredenciamento coletivo, novas medidas judiciais, entre outras.

"Chegamos ao limite", pontua César Eduardo Fernandes, presidente da SOGESP. "A SOGESP buscou o diálogo, mas a postura intransigente das operadoras requer outras atitudes. A prática da especialidade na saúde suplementar tornou-se inviável em São Paulo. Os honorários aviltantes têm levado muitos colegas a fechar consultórios, pois estão quebrando. Outros acumulam vários empregos, pondo em risco a integridade profissional e a qualidade do atendimento às pacientes e aos fetos. Exigimos dignidade para nós e para os pacientes. São inúmeras as pressões de planos para corte nas solicitações de exames, de internações e de outros procedimentos, o que inviabiliza a boa medicina. É hora de dar um basta."

A suspensão abrangerá somente os atendimentos eletivos. As urgências e emergências estarão garantidas. Para não causar transtornos aos pacientes, a SOGESP orienta os ginecologistas e obstetras de São Paulo a fecharem suas agendas dos dias 1º, 2 e 3 de setembro, já remarcando eventuais consultas e procedimentos pré-combinados para outras datas.

"O paciente merecerá toda a nossa atenção e respaldo", destaca Maria Rita Souza Mesquita, coordenadora da Comissão de Honorários Médicos da SOGESP. "Nosso embate com os planos de saúde, aliás, é em defesa dos direitos de assistência adequada dos cidadãos, além da valorização profissional".


Fonte: Assessoria da SOGESP

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