04/10/2010
Governo amplia uso de antirretroviral para prevenir aids
Documento prevê a oferta dos medicamentos como prevenção de emergência para pessoas que mantiveram relação sexual sem camisinha
com portadores do vírus, profissionais do sexo, usuários de drogas e gays
O uso de remédios antiaids como uma espécie de "pílula do dia seguinte" para evitar a doença foi ampliado pelo governo.
Documento com recomendações a profissionais de saúde que será lançado nesta segunda-feira prevê a oferta dos medicamentos
como prevenção de emergência para pessoas que mantiveram relação sexual sem camisinha com portadores do vírus, profissionais
do sexo, usuários de drogas e gays.
Atualmente, antirretrovirais já são usados como prevenção de emergência em hospitais para reduzir o risco de infecção,
mas apenas para vítimas de violência sexual ou em caso de acidentes, principalmente entre profissionais de saúde.
Chamado de Consenso Terapêutico, o texto também traz um capítulo com recomendações para soropositivos que desejam ter
filhos. A ideia é esclarecer casais sobre todas as metodologias existentes para reduzir ao máximo o risco de contaminação
do bebê e do parceiro, caso ele não tenha o vírus.
"É um direito de todos. Se ter filhos é a decisão do casal, cabe ao governo orientar para que esse desejo seja colocado
em prática com a maior segurança", afirmou o assessor técnico do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério
da Saúde, Ronaldo Hallal.
Integrantes de um grupo técnico convocado pelo governo para preparar o documento levaram pelo menos cinco meses para acertar
os detalhes finais das recomendações. O debate começou em abril, conforme mostrou o jornal O Estado de S. Paulo na época.
Hallal sabe que os temas agora abordados podem provocar polêmica. "É uma proposta corajosa. Mas é preciso encarar o debate."
Fonte: Agência Estado