Gripe A: começa um novo desafio

Encerrado o primeiro trimestre de 2010, voltam à mídia notícias sobre a gripe A. Com a proximidade dos meses de inverno, especialmente nas regiões sul e sudeste do país, médicos e outros profissionais de saúde estão atentos à possibilidade de uma nova epidemia desta enfermidade.


Por seu grande potencial de transmissibilidade e morbidade significativa ao colocar em risco, principalmente a população jovem, a exemplo do que ocorreu em 2009, os meios de comunicação devem dar ênfase à educação em relação aos cuidados para o enfrentamento da gripe A.

É importante que todos nós, em ações conjuntas, possamos atravessar esta nova etapa com tranquilidade, segurança e compreensão do problema. A experiência adquirida no ano passado nos faz fortalecidos e é o suporte que precisamos para sair vitoriosos deste enfrentamento.

A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia está engajada no processo de informação e educação nas distintas regiões do país e, considerando que os sintomas da gripe A e suas complicações mais graves são respiratórias, coloca-se amplamente à disposição da população brasileira.

Até o dia 20 de abril, o Ministério da Saúde já contabilizava 30 milhões de pessoas vacinadas contra a gripe. Embora as metas tenham sido atingidas entre as crianças (88% de população atingida) e os profissionais de saúde (100% imunizados), outros grupos ainda estão aquém das expectativas. As gestantes, por exemplo, ainda não ultrapassaram 55% de cobertura. Entre aqueles que ainda não se vacinaram, segundo estudo do Ministério da Saúde, 40% alegaram falta de tempo.

Vale destacar que existem hoje, espalhados pelo país, 36 mil postos abertos, muitos deles funcionando inclusive nos finais de semana. A campanha segue em seu calendário. Depois das fases que receberam profissionais da saúde, indígenas, crianças de seis meses e dois anos e portadores de doenças crônicas maiores de 60 anos, como DPOC, asma grave, doenças cardíacas, neurológicas, hepáticas, entre muitas outras, hoje vem sendo vacinados os jovens de 20 a 29 anos, além das gestantes, que podem comparecer aos postos de saúde em qualquer uma das fases. Ainda faltam os idosos (de 24 de abril a 7 de maio) e os adultos com idades entre 30 e 39 anos (de 10 a 21 de maio).

Mesmo antes de encerradas todas as etapas, podemos afirmar que, sem dúvida, esta é uma grande campanha de vacinação. Segundo previsão do Ministério da Saúde, serão distribuídas cerca de 113 milhões de doses de vacinas. Somente no Rio Grande do Sul, a meta é vacinar cerca de 5 milhões de pessoas, prevê a Secretaria Estadual da Saúde.

Com toda esta estrutura, os cuidados amplamente divulgados no ano passado continuam valendo e são da máxima importância. As principais recomendações para prevenção da transmissão são lavar as mãos com água e sabão com frequência, cobrir o nariz e a boca ao tossir; procurar não colocar a mão nos olhos, boca ou nariz; não compartilhar alimentos e utensílios e evitar aglomerações ou ambientes pouco ventilados.
Compreendemos que neste momento mais esta batalha está começando. Juntos, e sintonizados com a população, com certeza poderemos atravessar este caminho com serenidade, maturidade e responsabilidade.


Jussara Fiterman, presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.

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