18/03/2011

I ENCM - Conselheiros defendem melhora na formação do médico

O ensino médico foi tema central do segundo dia de debates do I Encontro Nacional de Conselhos de Medicina (ENCM), que ocorre até hoje (18) na sede do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), em Goiânia (GO).


A partir do tema "Da Graduação ao Mercado de Trabalho", os participantes trataram do funcionamento dos cursos de Medicina, da abertura de novas escolas, da residência médica e da importância da educação continuada para a atualização dos profissionais. Muitos conselheiros manifestaram sua preocupação com a abertura indiscriminada de cursos e destacaram a necessidade de fiscalização do funcionamento das existentes, para que a qualidade dos cursos oferecidos seja assegurada.


O secretário de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Milton de Arruda Martins, disse que, atualmente, tramitam cerca de 80 propostas de criação de cursos de medicina no Brasil. De acordo com ele, os Ministérios da Saúde e da Educação estão fazendo um estudo para avaliar quantos médicos o País precisa formar a cada ano.


"Para sabermos quantas escolas são necessárias temos de saber de quantos médicos o Brasil precisa", disse Milton de Arruda, que ressalta a importância da qualidade dos cursos e da formação de médicos éticos, competentes e com responsabilidade social. Ele afirmou que, anualmente, o Brasil forma perto de 13 mil médicos, sendo que aproximadamente quatro mil deles não encontram vagas em residência médica e muitos vão trabalhar em unidades de saúde nas quais se deparam com situações que exigem maior preparo.


Para sanar esse déficit, o secretário sugere o aumento das vagas na residência médica, assegurando o acesso a todos os formandos. "Esse aumento é estratégico, pois a residência é um dos fatores de fixação do médico", disse. A distribuição das novas vagas, segundo Milton de Arruda, se daria em função das necessidades sociais, com um projeto pedagógico aprovado e critérios de avaliação dos residentes e docentes.


Por outro lado, para o presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Cid Carvalhaes, que também participou dos debates, é preciso ainda aumentar o valor da bolsa-residência. Mais de 90% dos residentes, de acordo com uma pesquisa apresentada, têm trabalhos adicionais para complementar a renda.


Durante o debate ainda foi ressaltada a importância da abordagem da ética nos cursos de graduação, na residência, e em encontros e congressos. O oftalmologista Élcio Luiz Bonamigo, que abordou a formação ética do estudante de medicina, observou que o uso de recursos como a simulação de julgamentos, a exibição de filmes, a dramatização de situações e reuniões com membros de grupos, como os Alcoólicos Antônimos, contribuem para despertar o interesse dos alunos e facilitam o ensino da ética médica.



Agenda apresenta as prioridades do movimento médico no Congresso Nacional


A Comissão de Assuntos Políticos (CAP) - formada por representantes do Conselho Federal de Medicina (CFM), da Associação Médica Brasileira (AMB) e da Federação Nacional dos Médicos (Fenam) - lançou nesta quinta-feira (17), durante o I ENCM de 2011, a "Agenda Parlamentar da Saúde Responsável".


A publicação apresenta os projetos prioritários para a classe médica, a área da saúde e a sociedade que estão em tramitação no Congresso Nacional. Entre os projetos listados pela Comissão de Assuntos Políticos, está o que dispõe sobre a regulamentação do exercício da medicina, em tramitação no Senado, e o que trata do piso salarial de médicos, em discussão na Câmara dos Deputados. Além de relacionar os projetos, seus autores e relatores e o estágio de tramitação, a Agenda Parlamentar também traz a posição do movimento médico sobre cada assunto.


A "Agenda Parlamentar da Saúde Responsável" será entregue a todos os deputados federais e senadores. O livro também será encaminhado a todas as lideranças e entidades médicas; além disso, estará disponível no site do CFM. Com a publicação dessa agenda, as entidades médicas esperam contribuir com parlamentares, profissionais de saúde e a sociedade no encaminhamento das propostas e aprovação dos projetos que nortearão a assistência à saúde no Brasil.



Fonte: CFM

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