26/02/2009
Médico formado no exterior terá exame padrão
Governo federal criou comissão interministerial para agilizar a revalidação de diploma estrangeiro.
O governo federal criou uma comissão para agilizar a revalidação de diplomas de medicina obtidos no exterior, começando
pelos emitidos pela Elam (Escola Latino-Americana de Medicina), de Cuba.O procedimento é necessário para o profissional que
quer exercer medicina no Brasil. A revalidação é feita por universidades públicas brasileiras.
Hoje, a revalidação varia segundo a universidade que faz a análise, o que faz com que não haja padronização dos exames
e das taxas, diz Ana Estela Haddad, diretora do departamento de Gestão da Educação na Saúde do Ministério da Saúde.
Formarão o grupo membros dos ministérios da Saúde, Educação e Relações Exteriores, de universidades federais e especialistas
em educação médica. O projeto-piloto adotado em relação à Elam cria, em conjunto com 16 universidades públicas brasileiras,
uma matriz curricular com as habilidades e competências exigidas para quem quer ser médico no país. Ela subsidiará a análise
da revalidação de diplomas de todos os alunos da Elam, em bloco. Hoje, a análise é individual.
A partir da matriz curricular, foi elaborado um plano de estudos para os alunos da Elam, que, em maio, passarão por uma
avaliação executada pelo Inep, ligado ao MEC e responsável por provas como o Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes),
aplicado aos universitários formados em universidade brasileira.
O projeto-piloto será avaliado pela comissão e, dependendo do resultado, estendido às outras instituições estrangeiras.
A escolha de Cuba, afirma o governo, deu-se porque já há acordo de cooperação com a ilha e porque houve grande fluxo de alunos
brasileiros para a escola a partir do fim da década de 1990.
No Brasil, apenas 3% a 4% dos profissionais da área médica se formaram no exterior -na Inglaterra, são 30%, afirma Ana
Haddad.O Conselho Federal de Medicina critica o acordo internacional de 2006 por ver nele um privilégio à instituição cubana,
que não contemplaria as diretrizes curriculares brasileiras. A reportagem não conseguiu encontrar ontem nenhum membro da entidade
para comentar as propostas da comissão interministerial.
Fonte: Folha de São Paulo