07/04/2011

Mil profissionais participaram da mobilização médica na Capital

A passeata, com comitiva saindo da sede da AMP em direção à Praça do Japão, contou com o apoio da população. No interior, médicos realizaram manifestações públicas como forma de chamar a atenção da população em várias cidades.



O Dia Nacional de Paralisação do Atendimento aos Planos de Saúde foi considerado a mobilização nacional mais abrangente na história do movimento médico. No Paraná, estima-se que mais de 85% dos médicos que atendem planos e seguros de saúde (por volta de 11 mil) tenham suspendido as atividades no dia 7 de abril.


Na Capital e cidades do interior do Estado foram realizadas manifestações públicas como forma de chamar a atenção da população para os baixos honorários praticados e pelo desrespeito com o profissional de saúde.


Em Curitiba, onde as atividades concentraram-se na sede da Associação Médica do Paraná, mil profissionais passaram pelo local durante todo o dia. Os médicos acompanharam reuniões para debater a relação da classe com as empresas operadoras de planos e seguros de saúde e definir conteúdo de carta dirigida à sociedade - que condensa os anseios da classe e informa sobre as próximas ações da Comissão Estadual de Honorários Médicos (CEHM) - e participaram de uma manifestação pública.


De acordo com dados enviados pelas Regionais do Conselho Regional de Medicina do Paraná, da href="http://amp.org.br/" target="_blank">Associação Médica do Paraná e do href="http://www.simepar.org.br/gw2.0/" target="_blank">Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná, todos os médicos que atendem planos de saúde paralisaram as atividades em Castro, Ivaiporã, Marechal Cândido Rondon e Francisco Beltrão; 90% em Guarapuava, Foz do Iguaçu e Maringá; 80% em Apucarana, Campo Mourão, Cascavel, Umuarama e Santo Antônio da Platina; e 70% em Cianorte e Ponta Grossa.



Passeata

Munidos de faixas e vestidos de branco, 400 médicos percorreram as ruas da região do Água Verde, em Curitiba. A comitiva saiu da sede da Associação Médica do Paraná por volta das 15h com destino à Praça do Japão e durante o percurso contou com manifestações de apoio por parte da população. Através de aplausos e gestos de carinho, as pessoas assentiram à luta da classe médica (por dignidade e valorização do trabalho) das sacadas de seus prédios, de dentro dos transportes coletivos e nas calçadas das ruas.


No caminho, alguns médicos aderiram à caminhada e permaneceram unidos aos demais na praça da cidade durante o período em que dirigentes das entidades médicas do Paraná manifestavam publicamente o descontentamento médico em relação aos honorários praticados pelas operadoras de planos e seguros de saúde e a interferência na autonomia da relação com os pacientes.


Em seu discurso, o vice-presidente do CRM-PR, Alexandre Gustavo Bley, enfatizou que as frases das faixas carregadas pelos colegas resumiam a mobilização. "Estamos sofrendo hoje na saúde suplementar", afirmou. "Para nós basta. Não tem mais prazo. É agora ou nunca! Ou negocia ou não atendemos mais planos de saúde".


O segundo secretário do Conselho Federal de Medicina, Gerson Zafalon Martins, participou de todas as atividades organizadas pela Comissão Estadual de Honorários Médicos (CEHM) e durante a manifestação pública comparou o movimento à febre. "Estamos febris, reagindo contra um mal comum. O próximo passo é olho no olho. Queremos diálogo com as operadoras para mudar a realidade", afirmou.


O ato público foi finalizado com os médicos entoando o hino nacional.



Carta


As entidades médicas paranaenses, referendadas pelos médicos que participaram da programação regionalizada da Paralisação, divulgaram um manifesto em defesa da classe médica paranaense. No documento, AMP, CRM e SIMEPAR informam que um economista irá mediar a negociação com as operadoras e que as diretrizes serão baseadas nos valores da sexta edição da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) e na exigência de regularização dos contratos entre operadoras e médicos, conforme preconiza a
href="http://cnes.datasus.gov.br/Portarias/RESOLUÇÃO NORMATIVA ANS n 71-2004 de 17 de março de 2003.doc" target="_blank">Resolução Normativa Nº 71/2004 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), incluindo cláusulas de periodicidade e critérios de reajustes anuais de honorários médicos.


Na próxima semana, a Comissão Estadual de Honorários Médicos (CEHM) irá reunir-se para recolher os manifestos divulgados em cada região do Estado e, a partir das informações contidas em cada documento, definir o conteúdo temático, bem como a data, do I Encontro Estadual de Dignidade da Classe Médica. Os membros da CEHM também irão determinar um prazo para que as operadoras concedam reajustes periódicos nos valores de todos os procedimentos pagos pelos planos de saúde, ou seja, aumento dos honorários cada vez que as empresas elevarem os valores dos planos aos usuários. De acordo com o Secretário-Geral do CRM-PR e membro da CEHM, Hélcio Bertolozzi Soares, caso não seja cumprido o prazo, a intenção é que seja realizada paralisação seletiva dos convênios que não se adequarem aos reajustes propostos pela classe médica.


Em âmbito nacional, a Associação Médica Brasileira (AMB), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Federação Nacional dos Médicos (FENAM) irão promover ações no Congresso Brasileiro visando a aprovação de projetos de lei que contemplem a relação entre médicos e planos de saúde.

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