28/05/2013

Mobilização encorpa defesa da revalidação de diplomas médicos

Protestos ocorreram dia 25 em Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel e Ponta Grossa e envolveram aproximadamente 1.500 pessoas, entre estudantes e médicos.

A mobilização nacional em prol da exigência de revalidação de diplomas obtidos no exterior para o exercício da Medicina encontrou receptividade no Paraná, com realização de passeatas e ações de conscientização da população nas cidades-sedes de escolas médicas. Após as manifestações públicas realizadas no último sábado, 25, que ganhou eco e grande repercussão nos meios de comunicação, a campanha prossegue com a coleta de assinaturas nos abaixo-assinados pela regulamentação do Revalida e também pela garantia constitucional de mais recursos à saúde pela União, o Saúde + 10. Clique nos links abaixo para gerar os formulário das iniciativas populares que se voltam em defesa do SUS, dos direitos do médico e da dignidade da população.

Em iniciativa histórica de engajamento de acadêmicos e médicos, a mobilização tem como principais objetivos, além da exigência de critérios de avaliação para que graduados no exterior sejam autorizados a atuar no País, a constituição de um plano de carreira no SUS e de infraestrutura capaz de assegurar condições de trabalho técnicas e éticas, possibilitando a chamada interiorização para leva a assistência às regiões carentes. Como justificam as entidades médicas, o Brasil, com seus 400 mil profissionais, não tem carência de mão de obra, mas de uma melhor distribuição. Com 200 cursos de Medicina, começam a ser formados 17 mil médicos por ano, projetando um crescimento ainda mais acentuado do que o verificado de 1970 a 2010, que foi de 557%, contra 101% do aumento populacional.

Abaixo-assinado

A organização do Movimento Revalida, Sim, elaborou um abaixo-assinado que será encaminhado ao Congresso Nacional pedindo que o Revalida seja transformado em lei. Quem quiser assinar basta imprimir o documento e entregar na sede do CRM-PR ou enviar pelo correio para o destinatário abaixo. O prazo final é dia 15 de junho. 

A/C Juracy Barbosa dos Santos Jr,
Avenida Parque Águas Claras, lote 3745, residencial Di Cavalcanti, ap 505. 
CEP 71.906-500. 
Brasilia (Águas Claras)

Manifestação em Curitiba (Galeria de fotos)

A mobilização em Curitiba teve a participação de estudantes das quatro escolas médicas – UFPR, PUC, Fepar e UnicenP – e das três entidades médicas – Conselho de Medicina, Associação Médica e Simepar. A concentração começou às 9h de sábado na Boca Maldita, Centro da Capital e área de grande fluxo de pessoas. Com faixas, distribuição de flyers e palavras de ordem, como “Revalida, já”, “Medicina de qualidade” e até “Fora Padilha” entoado por alguns, os participantes rumaram pelo Calçadão das Flores até a Praça Santos Andrade. No percurso, o encontro com as diversidades artísticas, culturais e até políticas, como a empreendida em frente à sede da Associação Comercial, defendendo a desoneração tributária, que possibilitou declarações públicas de mútuo apoio e adesão.

Até a reunião final na escadaria do prédio da Universidade Federal do Paraná, hoje símbolo da cidade de Curitiba, aproximadamente 1 mil pessoas participaram do ato de protesto, em sua maioria usando jalecos ou roupas brancas. Houve manifestações de representantes dos estudantes, incluindo de diretórios acadêmicos, e também das instituições médicas. Alexandre Gustavo Bley, presidente do CRM-PR, conclamou aos participantes a não se distanciarem dos propósitos do movimento, ressaltando estar em questão o futuro da profissão médica. Insistiu que não se trata de ser contra a vinda de médicos graduados no exterior, mas sim de que sejam observadas as garantias de que possam prestar serviços de qualidade e em segurança aos pacientes. Assim, insistiu na obrigatoriedade do processo de revalidação de diplomas estrangeiros pelo MEC, sob a supervisão do CFM e AMB.

Mais protestos

clique para ampliar>clique para ampliarEm Cascavel a manifestação reuniu mais de 80 pessoas. (Foto: CRM-PR)

O movimento orquestrado em âmbito do Paraná também foi levado às cidades-sedes de escolas médicas, conseguindo reunir mais de 500 pessoas, entre médicos e estudantes. Em Maringá, que teve a maior adesão, o protesto com faixas e distribuição de panfletos explicativos ocorreu junto ao Estádio Willie Davids, a partir das 8h30. Em Londrina, ocorreu no calçadão do centro, enquanto em Cascavel, no calçadão da Avenida Brasil, em frente da Catedral. Em Ponta Grossa, onde a Universidade Estadual forma sua primeira turma em 2015, o ato ocorreu no calçadão do centro, com pequena adesão.

Folheto distribuído

O flyer distribuído à população expressa os reais motivos da mobilização e também apresenta infográfico com questões relativas à realidade da saúde hoje no Brasil, como o baixo investimento público em saúde, que é de apenas R$ 4 entre cada R$ 10 investido. Um dos ícones aponta ainda o elevado índice de reprovação no Revalida, da ordem de 92%, o que aponta a formação deficiente daqueles que querem obter o reconhecimento do título para atuar no país. O folheto destaca que “não faltam, médicos no Brasil; faltam investimentos e condições de trabalho!”.

Na maioria dos estados houve iniciativas contra a interiorização dos médicos, em defesa de investimentos e plano de carreira no SUS. Agora, no âmbito federal, o CFM apresentou um conjunto de propostas visando contribuir para resolver o problema da dificuldade da fixação do médico nas regiões desabastecidas e vai prosseguir em suas mobilizações políticas com esta intenção.

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