12/03/2021

Mobilização insiste em cobertura vacinal mais ágil a todos os médicos paranaenses

Sistema conselhal de Medicina atua nas três esferas de governo para que Plano Nacional de Imunização seja efetivo; Comissão de Epidemiologia e Vacinação do CRM-PR vem promovendo reuniões e contribuindo para o processo

Os médicos fazem parte do grupo prioritário da primeira fase da vacinação contra a Covid-19 no Brasil. O processo de imunização para esse segmento e também para os demais, porém, não tem ocorrido dentro da expectativa gerada pelo avanço da pandemia depois de um ano, o que se deve à disponibilização ainda muito tímida do número necessário de vacinas. Apesar das dificuldades na aquisição de vacinas ou de insumos para sua produção interna, o Brasil ocupa a sexta posição global em número de doses aplicadas, ou ainda a 19.ª se considerada a cobertura em percentuais populacionais. O Brasil é o sexto país mais populoso do mundo, com quase 213 milhões de habitantes. Foram aplicadas mais de 12,6 milhões de doses, sendo que quase 9,3 milhões de pessoas receberam pelo menos uma.

Todo o sistema conselhal de Medicina tem envidado esforços, dentro de suas atribuições legais e alcance político, para que os mais de 500 mil profissionais estejam imunizados o mais brevemente possível. Em âmbito nacional, o CFM fez apelo ao executivo para agilizar o processo, o que foi reiterado em audiência com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, no dia 10 de fevereiro, em ato que teve a participação do vice-presidente do CRM-PR, Wilmar Mendonça Guimarães. Na esfera do Paraná, o CRM-PR alinhou-se aos demais conselhos profissionais de saúde e ainda OAB para reivindicar decisões imediatas visando a ampla cobertura vacinal da população, inclusive com interlocução direta com o governador Ratinho Junior, com o secretário estadual da Saúde, Beto Preto, com prefeitos e secretários municipais de saúde e com o Ministério Público.

No decorrer da semana, o CRM-PR promoveu novas reuniões da sua Comissão de Epidemiologia e Vacinação com gestores públicos e ainda com o procurador de Justiça Marco Antonio Teixeira, do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Proteção à Saúde. Em pauta, conhecer as dificuldades e possíveis impedimentos que têm retardado a imunização de médicos ativos de Curitiba e de outros das principais municipalidades paranaenses. Como já observado em encontros anteriores, é fato que a quantidade de doses enviada pelo Ministério da Saúde, seguindo o Plano Nacional de Imunização, ainda é reduzida e dirigida ao grupo prioritário, com o que, no Paraná, até agora, só foi possível a cobertura de 11,2% do estimado para o Plano Estadual da etapa.

clique para ampliarclique para ampliarReunião com representantes da SMS. (Foto: CRM-PR)

Os municípios têm adotado condutas próprias para administrar a chegada de imunizantes a conta-gotas, o que em muitos deles faz com que o escalonamento para cobertura dos trabalhadores de saúde sejam diferentes. Curitiba, por exemplo, iniciou a sexta-feira (12) com vacinação de idosos e de mais um grupo de profissionais da saúde após o recebimento de último lote de pouco mais de 12 mil doses da CoronaVac/Butantan. Até a véspera, de acordo com o “vacinômetro” da prefeitura da capital, a primeira dose já tinha alcançado quase 96 mil pessoas e, a segunda, mais de 37 mil. A cobertura dos profissionais de saúde já teria passado de 61%. Maringá iniciou nesta sexta a aplicação da segunda dose da vacina somente para trabalhadores ativos da saúde e, ainda, a primeira ou segunda dose para idosos com 78 anos ou mais.

Em reunião realizada no dia 10 com a superintendente de gestão da Secretaria de Saúde de Curitiba, Dra. Flavia Quadros, e profissionais responsáveis pela TI e organização de vacinações, os diretores do CRM-PR expuseram a queixa de muitos médicos por não terem ainda recebido a primeira dose, por várias especificidades, como ausência de número de CNES – exigência advinda do Ministério Público ‑, domicílio de cidade diferente do seu local do trabalho e dados inconsistentes no cadastro feito junto ao aplicativo SaúdeJá. Informaram ainda que as listagens atualizadas pelos conselhos profissionais ainda estão sob análise e os nomes autorizados começam a fazer parte das próximas chamadas. Médicos que tomaram a primeira dose em outra cidade ou Estado e agora se encontram em Curitiba poderão procurar o Pavilhão da Cura.

Além de estabelecer um canal integrativo de informações com o CRM-PR, a equipe da SMS apresentou o Painel Covid-19 disponível no site da Prefeitura, onde estão disponíveis importantes dados atualizados, incluindo o plano municipal de vacinação, já em sua última versão 5 de março último e que descreve todos os quadros do grupo prioritário, inclusos aí até mesmo os trabalhadores de serviços ambulatoriais e hospitalares que se encontram afastados ou em teletrabalho por fatores de risco e os estudantes dos últimos anos de cursos na área de saúde, em estágio vigente nos serviços (confira aqui).

O presidente do CRM-PR, Roberto Yosida, requereu ao município para que seja viabilizada a vacinação dos médicos de modo diuturno e que os residentes em outros municípios, porém trabalhando na Capital, possam receber atenção especial. O vice-presidente Wilmar Guimarães insistiu para que seja contornada a questão dos médicos especialistas que não possuem CNES, o que deve merecer consulta ao MP. Neste porém, o CRM-PR alerta aos médicos que eles podem atualizar seu cadastro de registro pela internet ou requisitar ao hospital ou clínica a que estiverem vinculados para que o façam.

Encerrando a reunião, o presidente Roberto Yosida e a 1.ª secretária, Nazah Cherif Mohamad Youssef exaltaram o trabalho da Secretaria de Saúde de Curitiba neste momento tão difícil na saúde pública com a pandemia e as dificuldades para chegada de vacina para todos. Os conselheiros reiteraram o compromisso do CRM de continuar dando a sua contribuição, inclusive na conscientização da população sobre as recomendações sanitárias, de uso de máscara, distanciamento social e higienização das mãos.

CONFIRA NOTÍCIA SOBRE REUNIÃO COM PROMOTORIA DE DEFESA DA SAÚDE.

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