20/10/2011

No dia 25, classe médica protesta em Curitiba

Profissionais estarão distribuindo panfletos informativos sobre o SUS às pessoas que passarem pela Boca Maldita, no centro da Capital.

Presidente do CRM-PR, Carlos Roberto Goytacaz Rocha, informa que não será realizada paralisação do atendimento médico. As entidades representativas da classe no Estado optaram por um protesto público, com intenção educativa.




A preocupação dos médicos com a qualidade do atendimento à população não se limita aos problemas enfrentados na saúde suplementar. No dia 25 de outubro, médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) de todo País estarão envolvidos em um protesto contra a precariedade do setor público. No Paraná, as ações estarão concentradas na Capital, onde será realizada uma mobilização com o objetivo de esclarecer à sociedade sobre as condições de trabalho do médico.


Na próxima terça-feira (25), profissionais estarão distribuindo panfletos contendo informações sobre o SUS às pessoas que passarem pela Boca Maldita, no centro de Curitiba. "Queremos chamar a atenção da sociedade e reafirmar nossa posição de luta por melhores condições na assistência à saúde da população", afirma o presidente do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR), Carlos Roberto Goytacaz Rocha. "Não temos condições adequadas de trabalho e remuneração condizente com a nossa responsabilidade. Faltam investimentos e recursos para melhorar e dar agilidade ao atendimento à população", ressalta.


Utilizando a campanha publicitária "Eu luto pela saúde" lançada pelos conselhos de medicina, o manifesto em defesa do SUS envolverá também as demais entidades representativas da classe médica - Associação Médica do Paraná (AMP) e Sindicato dos Médicos do Estado do Paraná (Simepar) -, cujos dirigentes estarão à disposição da imprensa no período das 11 às 13h para prestar esclarecimentos a respeito do assunto.


O presidente do Conselho de Medicina informa que não será realizada paralisação do atendimento médico. "Optamos por um protesto público com intenção educativa. Pretendemos apresentar às pessoas os principais problemas do SUS em nosso Estado e demonstrar nosso compromisso com a construção de um sistema público de qualidade e acessível a todos", completa.




Dia Nacional de Protesto e Mobilização


Após a grande repercussão do movimento por melhores honorários na saúde suplementar, em 7 de abril e 21 de setembro, a Comissão Nacional Pró-SUS (AMB, CFM e FENAM) propôs aos médicos brasileiros um protesto para expor à sociedade a situação da assistência médica do SUS. O dia da conscientização por uma saúde pública de qualidade será 25 de outubro e cada Estado e município ficou responsável em definir as ações locais para a mobilização, considerando inclusive que a realidade dos médicos do SUS é heterogênea.


O Dia Nacional de Protesto e Mobilização será uma oportunidade dos médicos reiterarem as reivindicações deliberadas desde o Encontro Nacional de Entidades Médicas (ENEM 2010) e que tem servido de balizadores em inúmeras manifestações e movimentos localizados.


Uma delas é o piso salarial definido em 2011 pela Federação Nacional dos Médicos (FENAM) em R$ 9.188,22 para uma jornada de 20 horas semanais de trabalho. O piso é o parâmetro para dissídios, convenções, acordos coletivos de trabalho e, principalmente para a discussão do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) de médicos do SUS com prefeituras e câmaras municipais. O piso também é parâmetro para a negociação de editais de concursos públicos lançados pelas prefeituras e estados. Além do PCCV e do piso como soluções complementares, as entidades apontam a necessidade da instituição da Carreira de Estado dos médicos do SUS, com dedicação exclusiva, contratação via concurso e salário compatível, e a adoção da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) no SUS.




Os pacientes precisam de médicos

● 195 mil médicos trabalham no SUS.

● 145 milhões de brasileiros dependem exclusivamente do SUS.




A estrutura não funciona sem médicos

● 64 mil estabelecimentos de saúde.

● 333 mil leitos.

● 102 mil equipamentos de diagnóstico por imagem.




Dados paranaenses

● De um universo de mais de 19 mil médicos ativos no Estado, 50% atuam no SUS.

● O salário-base pago pela Secretaria Estadual de Saúde do Paraná para o profissional atuar por 20 horas semanais, independente da especialidade, é de R$ 2.685,56.

● 67 mil é a média mensal de internações pelo SUS no Paraná.

● 16 milhões é a média da produção ambulatorial mensal do SUS no PR.




Fonte: CRM-PR com dados CFM.

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