O que eu posso fazer em relação à pandemia?

Roberto Issamu Yosida

Todos ficaram petrificados, atônitos e impotentes diante da avalanche da doença e das informações sobre ela.

Em todos os lugares e conversas o assunto vem à tona. Agora, na falta de assunto, trocamos o clima pela pandemia.

Até outras notícias perdem o interesse diante da covid-19. Explosões em Beirute, furacões, nuvens de gafanhotos, acidentes catastróficos, secas, inundações e outras que prenunciam o apocalipse ficam em segundo plano.

As mortes foram despersonalizadas. Somente quando acontece com a família, celebridades ou amigos recobramos a consciência da gravidade da situação.

Há comportamentos surpreendentes de alguns. Por exemplo, aquele de mais idade que pensa ter a ventura de chegar ao presente, depois de alguns revezes e vicissitudes ao longo da vida. E pensa que nada pode impedir seu comportamento irracional de encontros com os seus. Aqueles se que arriscam pela adrenalina. Sim é a sensação do perigo.

Aqueles que ignoram tudo o que é recomendado. Ou, mais lastimável, aqueles que contrariam qualquer coisa. Contra tudo e contra todos. Se fecha tudo, sou contra; se abre, também. Se for parcial, idem.

Mas uma reflexão necessária urge. Diante do cenário mundial, a pergunta que não cala é: o que eu posso fazer em relação à pandemia?

As medidas mais simples e baratas são as que todos podem e devem fazer. Até porque, se nada disso funcionar, pelo menos algo se fez. Se não por si, pelo próximo.

Distanciamento social, uso de máscara, higiene de mãos e proteção da tosse e espirro são ações individuais. E certamente serão incorporados em nossas rotinas após a estabilização dos números e curvas gráficas que tanto ouvimos falar.

Foi assim com os hábitos que fazem parte de nossas rotinas, como as normas nos aeroportos depois do 11 de setembro de 2001.

Faça a sua parte. Não dependa de ações de outrem. Não espere soluções milagrosas, ações de autoridades, descobertas científicas, vacinas, medicamentos, equipamentos médicos, hospitais, UTIs... Estas virão no seu tempo, só não sabemos quando e se do jeito que se imagina.

Roberto Issamu Yosida é Presidente do Conselho Regional de Medicina do Paraná.

 **As opiniões emitidas nos artigos desta seção são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, o entendimento do CRM-PR.

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