04/10/2007

PF prende 5 por falsificação de próteses

A Polícia Federal prendeu em flagrante ontem cinco pessoas suspeitas de participar de um esquema de falsificação de próteses ortopédicas. Quatro pessoas foram detidas em São Paulo e uma em Pernambuco.
As falsificações aconteciam há pelo menos quatro anos e passaram a ser investigadas pela polícia há aproximadamente seis meses. Entre as peças ortopédicas estão fêmures, vértebras e implantes faciais.
A fabricação de próteses sem registro da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é considerada crime hediondo.
Um dos suspeitos presos durante a Operação Metalose (que vem da rejeição do corpo a materiais estranhos) afirmou ser "consultor de produtos hospitalares" e tinha pedaços de próteses em sua casa, de acordo com a polícia.
A PF informou que uma pessoa morreu depois de implantar uma das próteses falsificadas e outra teve uma parte do corpo amputada. Outros pacientes precisaram refazer as cirurgias após dois ou três anos.
A fabricação das próteses era feita com outros tipos de metais, que não o titânio recomendado para esse tipo de peça. O delegado responsável pelo caso, José Navas, não descartou a possibilidade de o grupo ter utilizado sucata para confeccionar as próteses.
Foram investigados 26 locais em quatro Estados. De acordo com a polícia, fundições terceirizadas muitas delas fabricantes de peças de caminhão faziam as próteses e as vendiam para fábricas "oficiais" ou para distribuidores do material. A polícia investiga ainda se médicos também estão envolvidos no esquema.
A PF mostrou imagens dos lugares onde aconteceram as apreensões dos materiais. Em um dos locais, as peças para a montagem das próteses falsificadas estavam acondicionadas em latões de lixo. Em outra fotografia, a fundição tinha sujeira espalhada pelos equipamentos de fabricação.
Titânio industrial
Em 2006, o Ministério Público do Rio Grande do Sul chegou a denunciar 165 pessoas envolvidas em adulteração de próteses ortopédicas. Na época, titânio industrial estava sendo usado na fabricação das peças.
Toda prótese tem um número de registro, que fica marcado nos prontuários de atendimento do paciente.
A agência de vigilância pede a quem tenha implantado uma prótese nos últimos quatro anos que procure o médico para saber a procedência do material ou ligue para a central de atendimento da agência no telefone 0800 61 1987.
Fonte: Folha de S.Paulo

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