A Comissão de Cooperativismo, formada por representantes das três entidades nacionais: AMB, CFM e FENAM, discutiu, nesta
quarta-feira, 10, a proposta do Pagamento por Perfomance (P4P) à comunidade médica. Estiveram presentes representantes dos
conselhos regionais de medicina e da UNIMED.
O presidente da AMB, José Luiz Gomes do Amaral, abriu as discussões falando da importância do tema e sobre como deve ser
feita a análise das propostas. Para o presidente, a grande dificuldade está em formatar parâmetros de desempenho para efetuar
o pagamento por performance. "O pagamento por performance precisa de uma análise efetiva do CFM. Uma analise técnica sobre
os requisitos que serão usados para qualificar o desempenho", explicou.
José Luiz destacou que a seleção de pacientes pode ser o ponto negativo do projeto, uma vez que estudiosos acreditam que
o médico poderá selecionar seus pacientes para obter um melhor desempenho. "Isso pode gerar uma falta de assistência aos pacientes
com casos mais graves", lembrou.
O presidente da UNIMED, Eudes de Freitas Aquino, disse que é preciso entender que a discussão não está somente na questão
do pagamento de performance. Para Aquino, o desempenho está proporcionalmente ligado à estrutura dos hospitais onde atuam
os médicos. Durante as discussões, o presidente apresentou dados sobre a saúde nos países que utilizam o projeto P4P e destacou
que o Brasil ocupa o 3º lugar no ranking de pior país para se morrer perdendo apenas pra India e Uganda. De acordo com ele
"é preciso equilibrar qualidade do atendimento e custo".
O representante da UNIMED de Belo Horizonte, Dr. Paulo Borém, apresentou as propostas da operadora relacionada ao pagamento
por perfomance. Borém destacou que a discussão é de extrema importância para a comunidade médica e apresentou os resultados
da utilização do programa. Segundo Paulo Borém, o primeiro projeto de P4P foi realizado nos Estado Unidos, em 2002 e dois
anos depois passou a ser utilizado na Inglaterra e que 25% do ganho médico, nestes países vem desta iniciativa. Borém explicou
que a qualidade no serviço é avaliada utilizando 139 indicadores de qualidade. "O aumento na qualidade do atendimento foi
visível e a redução do número de doentes internado diminuiu", afirmou.
O representante da Federação Nacional dos Médicos (FENAM), Márcio Bichara, destacou que a proposta apresentada durante
a reunião não tem um encaminhamento formal e é necessário que as entidades se aprofundem nas discussões e cheguem em um consenso
do que pode ser feito para melhorar a remuneração médica no sistema cooperativista. "Tudo relacionado à proposta e ligado
a ética médica será discutido entre as entidade médicas para que se chegue ao consenso", pontuou.
Fonte:
href="http://portal.fenam2.org.br/portal/showData/390231" target="_blank">Fenam