Evento teve como palestrante a coordenadora do Pronto Atendimento do Hospital Pequeno Príncipe, Dra. Maria Cristina Marcelo
da Silveira, que apresentou panorama para a conduta específica de atendimento em casos de suspeita
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Mesa redonda contou com a presença de conselheiros,
médicos pediatras, integrantes da Câmara Técnica de Pediatria e promotora de Justiça do MPPR (Foto:
CRM-PR)
O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR),
por meio do Projeto de Educação Médica Continuada e em parceria com a Câmara Técnica de
Pediatria, promoveu o “Ciclo de Palestras em Pediatria” com o tema “Prevenção do Abuso Sexual
na Infância”, no último dia 22 de outubro, evento online, e já disponível no canal de YouTube e portal
do Conselho.
Assista à palestra aqui
A palestra foi ministrada pela médica
pediatra, supervisora e coordenadora do Pronto Atendimento de Emergência e Urgência do Hospital Pequeno Príncipe
e integrante da Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítima de Violência,
Dra. Maria Cristina Marcelo da Silveira (CRM-PR 13.188 | RQE 4.817).
A abertura do seminário foi conduzida pelo conselheiro e coordenador da Câmara Técnica
de Pediatria, Armando Salvatierra Barroso, com a presença de médicas pediatras na mesa redonda, além
da participação da Promotora de Justiça do Ministério Público do Paraná, Heloise
Bettega Kuniyoshi Casagrande. Participaram da mesa redonda: a conselheira Carmela Regina Cabral Brocher; a Dra. Beatriz Elizabeth
Bagatin Veleda Bermudez; a Dra. Luciana Edy Lourenço Perrini; a Dra. Maria Letícia Lopes; a Dra. Sandra Regina
Moraes; o Dr. Luiz Alberto Cagliari Santos; a Dra. Silvana Leal; e a Dra. Edna Duarte.
O conselheiro e coordenador da Câmara Técnica de Pediatria do CRM-PR,
Dr. Armando Salvatierra Barroso, convida todos os médicos a aprofundarem conhecimentos sobre o abuso sexual infantil
na aula ministrada pela coordenadora do Pronto Atendimento do Hospital Pequeno Príncipe: “Os médicos,
muitas vezes, são os primeiros a serem procurados em caso de violência sexual. Estão acontecendo muitos
crimes e o médico vai se ver em situação em que vai se procurado por alguém que sofre esse tipo
de abuso. Os médicos precisam aprofundar o conhecimentos sobre sinais de violência sexual na infância e
sinais de comportamentos indicativos a serem investigados.”
Papel do médico na notificação de casos suspeitos
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Pediatra Maria Cristina Marcelo da Silveira, coordenadora do
pronto atendimento do HPP, foi a palestrante convidada (Foto: CRM-PR)
A palestrante apresentou panorama da delicada e necessária
discussão sobre a prevenção ao abuso sexual de crianças e adolescentes: "Um tema que gera angústia,
sentimento de proteção e gera grandes dúvidas sobre o que fazer frente à violência sexual
de criança e adolescentes."
A pediatra reforça a obrigação ética
dos médicos e profissionais que fazem o atendimento do paciente e tenham qualquer suspeita de realizar a notificação.
“O médico precisa notificar mesmo os casos não caracterizados com lesões físicas, como prevenção,
para evitar que o agressor avance na violência, para a prevenção efetiva nesses casos. Essa notificação
segue para a rede de proteção da criança. Os hospitais têm um formulário próprio
de notificação à rede, vai para o Conselho Tutelar e fica salvo no serviço ao qual ele foi atendido.”
A palestrante reforça o papel do médico como importante
elo no sistema de proteção de crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual. “Nós
somos médicos, e nós somos protetores dessa criança e adolescente. Nós não estamos no Judiciário
para prender, julgar e investigar. Existem órgãos competentes para isso, com os quais a gente trabalha de mãos
dadas."
Relacionamento interinstitucional
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Promotora de Justiça do MPPR, Heloisa Casagrande, é
integrante do Centro de Apoio das Promotorias de Justiça da Criança e do Adolescente (Foto: CRM-PR)
A Promotora de Justiça do Ministério Público
do Paraná (MPPR), Heloise Bettega Kuniyoshi Casagrande, integrante do Centro de Apoio das Promotorias de Justiça
da Criança e do Adolescente e da Educação do MPPR, comenta a relevância da presença do Judiciário
na mesa redonda promovida pelo CRM-PR. "Tive a honra de participar, a convite do Conselho, dessa mesa ilustrada sobre esse
tema importantíssimo à proteção da criança de do adolescente. Não conseguiremos
agir de forma ampla e efetiva se não tornarmos esse tema digerível, se não discutirmos”, destaca.
A promotora ressalta a importância da atuação
do médico na identificação e notificação da violência sexual, pois é capaz
de executar o primeiro passo da sequência de medidas institucionais para a proteção da criança.
“Há muita subnotificação nessa seara. Porque os crimes sexuais contra crianças e adolescentes
são crimes que ocorrem em locais clandestinos ou dentro das casas. Os agressores são justamente aquelas pessoas
que mais deveriam protegê-los."