12/07/2022

Paraná confirma mais um diagnóstico de varíola dos macacos; outros oito casos são investigados

Até o momento, as confirmações no estado são consideradas importadas, ou seja, ainda não há transmissão local. No Brasil, já são 219 casos confirmados

O Paraná registrou recentemente mais um caso de varíola dos macacos, acumulando agora três diagnósticos confirmados da doença, além de outros oito casos que estão ainda em investigação. As informações são da Secretaria de Saúde do Paraná (Sesa-PR). O caso mais recente no estado foi confirmado na última sexta-feira e o paciente é um homem de 29 anos que vive em Curitiba e havia viajado recentemente para São Paulo.

Anteriormente, no dia 3 de julho, um homem de 31 anos que também é morador da Capital havia sido diagnosticado com a varíola dos macacos após uma viagem para São Paulo. Três dias depois, foi vez de outro morador de Curitiba ter o diagnóstico de Monkeypox confirmado. Ele tem 27 anos e havia viajado para a Europa.

Até o momento, as confirmações no estado são consideradas importadas, ou seja, ainda não há transmissão local.

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO ESPECIAL MONKEYPOX

MANEJO CLÍNICO E PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO PARA VARÍOLA DOS MACACOS

NOTA TÉCNICA GVIMS/GGTES/DIRE3/ANVISA Nº03/2022 - ORIENTAÇÕES PARA PREVENÇÃO E CONTROLE DA MONKEYPOX NOS SERVIÇOS DE SAÚDE

NOTA INFORMATIVA Nº6/2022-CGGAP/DESF/SAPS/MS - ORIENTAÇÕES ÀS EQUIPES QUE ATUAM NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE ACERCA DA DOENÇA MONKEYPOX (MPX)

NOTA ORIENTATIVA Nº01/2022 - FLUXO ASSISTENCIAL PARA OS CASOS SUSPEITOS/CONFIRMADOS DE MONKEYPOX

219 casos confirmados em todo o país

O Brasil já tem 219 casos confirmados de varíola dos macacos. O total de casos foi contabilizado pela Agência Brasil, com base em informações divulgadas pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro.

O Ministério da Saúde registra 218 casos confirmados da doença, enquanto a Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro informa que registrou mais um caso de varíola dos macacos no estado.

Segundo o ministério, São Paulo tem o maior número de casos: 158. Em seguida, aparece o Rio de Janeiro que, de acordo com a Secretaria de Saúde do estado, soma 34 confirmações da doença.

A pasta informa que os outros casos foram registrados nos estados de Minas Gerais (14), Paraná (três), Rio Grande do Sul (três), Ceará (dois), Rio Grande do Norte (dois), Goiás (dois) e Distrito Federal (um).

Como ocorre a transmissão

O aumento dos casos de varíola dos macacos (ou monkeypox) acontece em todo o mundo, tendo a Europa como principal epicentro da epidemia. No Brasil, os casos vêm se multiplicando em São Paulo e em menos de uma semana o número de diagnósticos no país mais que dobrou, passando de 80 na última terça-feira (5) para 219 nesta segunda-feira (11).

Apesar do nome, a doença viral não tem origem nos macacos, apenas foi identificada pela primeira vez nesses animais. A varíola dos macacos não se espalha facilmente entre as pessoas. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), a transmissão ocorre principalmente por contato direto ou indireto com sangue, fluidos corporais, lesões na pele ou mucosas de animais infectados.

A transmissão secundária (pessoa a pessoa) pode acontecer por contato próximo com secreções infectadas das vias respiratórias ou lesões na pele de um infectado, ou com objetos contaminados recentemente com fluidos do paciente ou materiais da lesão. A transmissão ocorre também por gotículas respiratórias.

Em São Paulo, médicos têm relatado aumento rápido sobretudo entre homens gays, bissexuais, mulheres transexuais e travestis. Esse padrão de contágio, entre homens que fazem sexo com outros homens, também foi observado em outros países, como a Espanha. Especialistas alertam, porém, que qualquer pessoa pode se infectar pelo vírus. A Secretaria de Estado da Saúde informou que o surto tem prevalência de transmissão de contato íntimo e sexual.

O padrão de infecção também foi reconhecido nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha, onde as campanhas de vacinação contra a varíola dos macacos foram direcionadas especificamente para homens gays e bissexuais. No Reino Unido, 96% dos 1.235 casos confirmados até o dia 1º de julho eram em homens que se relacionam com homens, segundo a Agência de Segurança em Saúde.

Quais os tratamentos para a varíola dos macacos

Não há tratamento específico, mas os quadros clínicos costumam ser leves. Os pacientes vêm se recuperando em algumas semanas apenas com repouso, hidratação oral, medicações para diminuir o prurido e controle de sintomas como febre ou dor.

Existem medicamentos antivirais, como o tecovirimat e o cidofovir, que podem ser usados em pessoas sob risco de complicações, mas que não são facilmente disponíveis comercialmente. E, assim como na maioria das viroses agudas, o próprio sistema imunológico é capaz de eliminar o vírus.

O maior risco de agravamento ocorre, em geral, para pessoas imunossuprimidas com HIV/aids, leucemia, linfoma, metástase, transplantados, pessoas com doenças autoimunes, gestantes, lactantes e crianças com menos de 8 anos.

Como prevenir a varíola dos macacos

Para a prevenção, deve-se evitar o contato próximo com a pessoa doente até que todas as feridas tenham cicatrizado, assim como com qualquer material que tenha sido usado pelo infectado. Também é importante a higienização das mãos, lavando-as com água e sabão ou utilizando álcool gel.

Identificada pela primeira vez em macacos, a doença ocorre principalmente na África Ocidental e Central. Raramente se espalhou para outros lugares, então essa nova onda fora do continente causa preocupação. O primeiro caso europeu foi confirmado em 7 de maio em um indivíduo que retornou à Inglaterra da Nigéria, onde a varíola dos macacos é endêmica.

Existem duas cepas principais: a cepa do Congo, que é mais grave, com até 10% de mortalidade, e a cepa da África Ocidental, que tem uma taxa de mortalidade de cerca de 1%. A monkeypox coloca os virologistas em alerta porque está na família da varíola, embora cause quadros menos graves.

A varíola foi erradicada pela vacinação em 1980, e a vacina desde então foi descontinuada. Diante do aumento de casos em países onde ela não é endêmica, a OMS convocará uma nova reunião de seu comitê para definir como proceder com a questão e não descarta declarar a varíola dos macacos como emergência de saúde global, mesmo status da Covid-19.

FONTE: BEM PARANÁ, COM CRM-PR

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