06/05/2011

Parto prematuro preocupa gestores de saúde

Crédito foto: divulgação Prefeitura Municipal de Curitiba



Enquanto registra queda nos índices de mortalidade materna e infantil, Curitiba enfrenta aumento nos casos de prematuridade. Tendência é mundial e requer atenção.


Neste mês das mães, o aumento dos índices de partos prematuros preocupa os gestores de saúde de Curitiba. O índice subiu 2,2 pontos percentuais num período de dez anos. O crescimento acompanha uma tendência mundial. Em 1999, 5,1% dos nascidos vivos da Capital tinham menos de 37 semanas de gestação. Em 2009, último dado disponível, a taxa chegou a 7,3%. Como assinalam especialistas, quanto mais prematuro o nascimento, maiores os riscos de óbito. Dados preliminares de 2010, divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde, mostram cerca de 70% de mortalidade em partos com menos de 22 semanas; e de mais de 50%, nos com menos de 28 semanas.

A prematuridade é agora o principal foco das atenções para ajudar a reduzir as taxas de mortalidade infantil. Segundo a coordenadora de Eventos Vitais do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Curitiba, Maria Lúcia Becker, com a diminuição dos índices nos últimos anos, mudou o perfil das causas de mortalidade. Até 1997, quando se registrava uma taxa de 16,4 mortes de crianças até um ano de idade a cada mil nascidos vivos, entre os grandes vilões estavam a desidratação e as doenças infecciosas e parasitárias. Os óbitos eram registrados mais tarde, a partir dos 30 dias de idade. Com a queda do índice para 8,97, em 2010 (dado preliminar), a preocupação recai nos prematuros. "A prevenção deve começar até antes de a mulher engravidar e deve primar pela qualidade do pré-natal", diz Maria Lúcia.

Entre as causas da prematuridade estão infecções urinárias, hipertensão arterial materna, fertilização assistida, vaginite, gravidez múltipla, uso de drogas e anomalias congênitas.


Pró-Vida

Entre as maiores preocupações com relação aos partos prematuros estão a drogadição e fatores socioeducacionais, de acordo com a presidente do Comitê Pró-Vida de Prevenção da Mortalidade Materna e Infantil de Curitiba, Stella Sayuri Miyazawa. É para analisar ética e cientificamente as causas de todos os óbitos fetais, de crianças até um ano e das mães que trabalha o comitê. "As causas de mortes são multifatoriais, por isso é importante acompanhar mãe e filho desde o pré-natal até o primeiro ano de vida", afirma. A partir da análise, o comitê, criado em 1994, propõe medidas de prevenção e controle. "Até 70% dos óbitos materno e infantil são considerados como reduzíveis", afirma a enfermeira Mônica Negri, do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde. Propostas como as apresentadas pelo comitê já ajudaram a reduzir os índices de mortalidade infantil para 8,97 por mil nascidos vivos em Curitiba, em 2010. No Brasil, foram registrados 19 óbitos por mil nascidos vivos, em 2008 (último dado disponível).


Mortalidade materna

A mortalidade materna também registrou queda na última década. Segundo a médica ginecologista Regina Piazzetta, também do Centro de Epidemiologia, o óbito de gestantes é um evento mais raro e bem variável. Dados preliminares apontam 8 mortes em 2010 e 4 em 2009. Em 1999, foram registrados 21 óbitos. Regina conta que os índices melhoraram após a implantação do programa "Mãe Curitibana", que acompanha gestantes e seus filhos até um ano de idade, em 1999.

A redução da mortalidade infantil e materna faz parte dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio estabelecidos pela ONU, em 2000. Cento e noventa e um países aderiram ao acordo, que prevê uma redução em 75% até 2015, com base nos índices de 1990.


Fonte: CRM-PR

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