Em ao menos um terço dos casos, hospitais oferecem remédios ao paciente em horário e doses errados.
É o que aponta uma pesquisa realizada em cinco hospitais do Brasil pela USP de Ribeirão Preto e Universidade Federal de
Minas Gerais. Das 4.958 administrações de medicamentos analisadas durante o estudo, 1.500 apresentaram problemas.
A maioria dos erros foi cometida com drogas para tratar problemas cardiovasculares e do sistema nervoso e antibióticos.
Tomar antibiótico fora do horário, por exemplo, favorece o surgimento de bactérias resistentes.
Os nomes das instituições não foram divulgados pelos pesquisadores, mas a proporção de erros encontrada é a mesma de outros
estudos realizados no país e no exterior. O problema atinge hospitais públicos e privados.
Um dos principais gargalos é falta de formação da equipe de enfermagem sobre questões relacionadas à segurança do paciente,
segundo Adriano Reis, professor de farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais.
"Erros também podem ocorrer por problemas como falhas no sistema de distribuição dos medicamentos e sobrecarga das equipes
de trabalho", diz.
Medidas preventivas elementares, como checar o nome do paciente no frasco do medicamento e a via correta de administração,
também são deixadas de lado.
O doente pode ajudar a reduzir equívocos. Usar a pulseira de identificação durante toda a internação ajuda.
"O paciente informado pode ser uma barreira. Deve suspeitar e perguntar sobre alterações na administração, como receber
uma injeção no lugar de um comprimido", aconselha Hessem Miranda Neiva, diretora do Instituto para Práticas Seguras do Uso
de Medicamentos.
Fonte:
href="http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/766147-hospitais-erram-dose-e-hora-ao-ministrar-remedios-a-pacientes.shtml"
target="_blank">Folha de São Paulo