Identificar as razões pelas quais o índice de cesarianas é tão elevado no setor de saúde suplementar. Este é um dos objetivos
da pesquisa promovida pela Comissão de Parto Normal, composta pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Conselho Federal
de Medicina (CFM), Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e Sociedade Brasileira de
Pediatria (SBP).
O questionário, que encontra-se disponível no endereço eletrônico
href="http://www.medico.cfm.org.br/pesquisaparto" target="_blank">www.medico.cfm.org.br/pesquisaparto desde o início
de junho, e deve ser preenchido por obstetras e ginecologistas.
O objetivo é que os 16.163 médicos associados à Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo)
participem da pesquisa, cujos resultados irão permitir às entidades elaborar um diagnóstico que consinta o desenvolvimento
de ações capazes de assegurar melhor assistência materno-infantil, com o aperfeiçoamento do modelo atual de atenção obstétrica
e neonatal no setor da saúde suplementar. Além disso, ajudará a compreender a percepção do grupo acerca de mudanças demandadas
neste campo da assistencial.
As respostas individuais serão mantidas em sigilo, desvinculadas da identidade dos participantes. A segurança do procedimento
é assegurada por um mecanismo de autenticação que exigirá do médico o número de seu registro no CRM local, a data de seu nascimento
e a identificação da unidade da federação onde está registrado. Uma vez que os questionários tenham sido remetidos, não será
possível preenchê-los uma segunda vez ou retificar as respostas.
Sobre o alto índice de cesarianas na saúde suplementar
Levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde em 2008 revelou que 43% de todos os partos realizados no país são cesarianos.
Na rede de assistência suplementar, o número de cesarianas representa 80% do total de partos. Os índices são muito superiores
ao que é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 15%. À época da divulgação desses números, o ministro José
Gomes Temporão afirmou que o Brasil vivia uma "epidemia de cesarianas". De acordo com o Ministério da Saúde, são registrados
por ano aproximadamente 3 milhões de nascidos vivos no país. Destes, 2,1 milhões nascem em unidades do Sistema Único de Saúde
(SUS) - 1,4 milhão de partos normais, 670 mil de cesarianas. Os dados mais recentes do SUS, de 2009, indicam que as cesáreas
representam 34% dos partos realizados no sistema de saúde pública.