21/06/2010

Pesquisa mostra falha no pré-natal

O número de mortes de bebês prematuros no Brasil cresceu quase 30% entre 1997 e 2006, segundo pesquisa feita pelo Ministério da Saúde em parcerias com pesquisadores das universidades de São Paulo, Federal de Minas Gerais e de Brasília. De acordo com o levantamento "Mortes Evitáveis em Menores de 1 Ano", publicada na revista Cadernos de Saúde Pública, da Fundação Oswaldo Cruz, foram 2.774 óbitos de prematuros em 1997 contra 3.675 em 2006. No mesmo período, dobrou o número de mortes de fetos ou recém-nascidos afetados por doenças maternas, como hipertensão arterial e gestacional, eclâmpsia e infecções urinárias, de 555 para 1.150.

"Os dados apontam para falha no pré-natal. Tivemos evidências de que aumentou o número de consultas, mas isso não tem sido suficiente do ponto de vista da qualidade", avalia a coordenadora de Doenças e Agravos Não Trans­missíveis do Ministério da Saúde, Deborah Carvalho Malta.
Já se sabia que a mortalidade infantil vinha caindo (foram 71,4 mil mortes de menores de 1 ano em 1997, contra 47.629 em 2006), mas não se conhecia onde havia falhas. Pela primeira vez, investigou-se a relação das "mortes evitáveis" - o grupo coordenado por Deborah reuniu 30 pesquisadores e trabalhou quatro anos para chegar a um consenso e estabelecer a lista. As mortes evitáveis são aquelas que se podem reduzir pela vacinação; pela adequada atenção na gestação e no parto; pelo diagnóstico e tratamento de doenças como pneumonia e meningite; e pelo combate a diarreias e subnutrição.

Ao fazer essa classificação, descobriu-se que o maior problema está na atenção à mulher durante a gravidez, apesar do número maior de consultas de pré-natal - levantamento revela que o aumento foi de 86,4% entre 2003 e 2008. "Possivelmente porque as mulheres não foram bem cuidadas para uma infecção urinária, uma gestação de alto risco que não foi bem acompanhada", explica Deborah.

Para atacar o problema foi desenvolvido um CD-ROM com a Lista Brasileira de Causas de Mortes Evitáveis por Intervenções do Sistema Único de Saúde (SUS), que permite fazer a análise de como está a situação dos municípios. O material foi enviado para as secretarias municipais para que cada prefeitura possa avaliar as áreas que precisam de maior investimento.


Fonte: Agência Estado

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