14/01/2008

Planos de saúde prevêem reajuste de até 10%


Entidades de saúde privada prevêem aumentos de até 10% no preço dos planos de saúde após regulamentação da Agência Nacional de Saúde Suplementar que amplia os serviços obrigatórios. O setor diz que a inclusão de procedimentos é benéfica, mas avalia que o tamanho da demanda reprimida vai determinar o aumento.


Entidades de saúde privada prevêem aumentos de até 10% no valor dos planos de saúde em razão da ampliação da cobertura obrigatória anunciada na quinta-feira pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).

Elas ameaçam ainda ir à Justiça caso o reajuste de mensalidades, que será autorizado em maio, pela agência, não contemple os procedimentos.

A ANS, que define o reajuste mas não limita o valor máximo da contratação dos planos, já havia adiantado anteontem que o reajuste será como nos outros anos e que irá observar o impacto da inclusão dos novos procedimentos para determinar o aumento em 2009.

A nova lista tem 2.973 itens e inclui sessões de psicoterapia, fonoaudiologia, exames de DNA para detecção de doenças e laqueadura, entre outros procedimentos. A obrigatoriedade vale a partir de 2 de abril, e há multas previstas para quem não oferecer os serviços.

Apesar de dizerem que a inclusão dos procedimentos é benéfica para os clientes e que inclui importantes avanços da medicina, diferentes segmentos da saúde privada afirmam que a medida tem impacto financeiro, a ser sentido pelo consumidor já na aquisição de novos planos.

No setor de entidades filantrópicas, Julcemar Ragnini, diretor do departamento de operadoras de plano de saúde da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, afirma que o valor dos planos "vai sem dúvida aumentar a curto prazo."
"É uma tendência das operadoras já aplicarem um aumento de 5% a 10% já contando com esse impacto nas novas vendas. A nossa vai aplicar em torno de 5% a partir de abril, e vamos monitorar como será a busca pelos serviços. Há uma demanda reprimida", afirma. Segundo ele, a inclusão de procedimentos de prevenção poderá diminuir custos a longo prazo.

A assessoria de imprensa da Associação Brasileira de Medicina de Grupo informou que os novos serviços poderão gerar entre 8% e 10% no custo das operadoras, o que poderá se refletir em aumentos no valor dos planos. A entidade estuda medidas administrativas e judiciais contra o governo.

Já para o diretor de integração cooperativista da Unimed do Brasil (empresa que reúne cooperativas médicas), João Caetano, os aumentos podem começar "desde já" para quem for adquirir um plano. A estratégia das operadoras seria subir o preço antes do anúncio do reajuste em maio, prevendo um valor adequado ao custo dos novos procedimentos.

"Falar em porcentagem, agora, seria especulação, mas os aumentos devem acontecer."

Ele afirma ainda que as operadoras se reunirão com a ANS. "Queremos saber qual é a fórmula mágica. Se ela não for sensível e não explicar qual é o milagre, vamos pensar no que fazer. Nós temos a obrigação de garantir a segurança e a viabilidade das Unimeds. Vamos acionar a ANS, se preciso."

A Fenasaúde, que representa seguradores especializadas em saúde e outras empresas, diz que ainda analisa o impacto das mudanças. Já a Unidas, que representa as operadoras de autogestão, diz que o impacto será parcial, porque algumas empresas já oferecem os serviços que se tornaram obrigatórios.

Os novos procedimentos são válidos apenas para os planos contratados após 1º de janeiro de 1999 -regidos pela lei 9.656, que estabeleceu regras para o setor- e deverão beneficiar cerca de 26 milhões de pessoas. Planos anteriores seguem as regras previstas em contrato.


Fonte: Folha de S.Paulo


Planos de saúde estimam um aumento de 8,56%

A Abrange (Associação Brasileira de Medicina de Grupo) calcula que os planos de saúde podem ficar 8,56% mais caros com a ampliação de coberturas e a revisão da lista de procedimentos. A resolução normativa foi publicada quinta-feira pela Agência Nacional de Saúde (ANS) no Diário Oficial da União.

De acordo com o estudo da Abrange, que fez as contas a partir do custo médio de cada procedimento e a freqüência potencial em que podem ser requeridos, o gasto per capita médio por cliente, hoje em R$ 73,5, subira em R$ 6,29, ou seja, 8,56%.

A nova cobertura será obrigatória a partir do próximo dia 2 de abril, quando todos os planos novos - contratados depois de 1º de janeiro de 1999 - deverão estar adaptados à norma.

A Fenasaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), que representa parte do setor de operadoras, emitiu nota na tarde de ontem em que afirma que as seguradoras e operadoras associadas estão examinando a nova lista de procedimentos para calcular o alcance e o impacto das novas coberturas.

O diretor-presidente da ANS, Fausto Pereira dos Santos, afirmou ontem, no entanto, que o custo deve impactar nos valores dos planos e seguros apenas em 2009. A Abrange, porém, defende o reajuste já para este ano.

Com as alterações, o rol de procedimentos e eventos em Saúde da ANS passará a ter 2.973 itens e irá acompanhar avanços científicos.

Entre os procedimentos incluídos nessa revisão do rol estão algumas novas tecnologias, como o Yag Laser (para cirurgia de catarata), procedimentos para anticoncepção (DIU, vasectomia e ligadura tubária), plástica após redução de estômago e análise de DNA, procedimentos cirúrgicos e invasivos, além de exames laboratoriais.


Ações de prevenção

Terapia ocupacional, fonoaudiologia, nutrição e psicoterapia também foram incluídos, bem como procedimentos de promoção da saúde e prevenção de riscos e doenças, como a mamografia digital.

A nova lista é a referência de cobertura mínima obrigatória para cada segmento de planos de saúde - ambulatorial, hospitalar com ou sem obstetrícia e plano referência - contratada pelo consumidor. A lógica do rol é voltada para a cobertura e não para o pagamento.

O índice de reajuste dos planos de saúde considerados novos, aqueles contratados após 1º de janeiro de 1999, é definido pelo governo em maio. Em 2007, a ANS estabeleceu em 5,76% o teto de reajuste. Os planos novos respondem por cerca de 26 milhões de contratos, segundo a ANS.


Fonte: Jornal do Brasil

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