11/06/2021

Posicionamento da Sogipa sobre prioridade de vacinação de gestantes e puérperas

Defende que seja comprovada a gestação através de exame laboratorial/ecográfico ou cartão de pré-natal, sem a necessidade de prescrição médica, respeitando a decisão e a autonomia da mulher.

A Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Paraná (Sogipa), vem a público se manifestar a favor da imunização de gestantes e puérperas contra a COVID-19, diante do aumento das taxas de óbitos maternos decorrente das complicações do novo coronavírus, bem como a elevada circulação do SARS-CoV-2 e suas variantes genéticas na população em geral.
Confira o posicionamento da Sogipa/
sogipa-vacina.pdf
POSICIONAMENTO SOGIPA
VACINAÇÃO CONTRA COVID-19 PARA GESTANTES E PUÉRPERAS
08 de junho de 2021

Vimos pelo presente, apresentar o posicionamento da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Paraná (Sogipa) sobre a imunização de gestantes e puérperas contra COVID-19.

Considerando o momento atual da pandemia do coronavírus e a situação em que se encontra o país e o estado do Paraná, com aumento e assustadoras taxas de óbitos maternos decorrente das complicações da COVID-19 na gestação e puerpério, bem como a elevada circulação do SARS-CoV-2 e suas variantes genéticas na população em geral; externamos aqui a nossa recomendação baseada nas seguintes razões:

• As evidências científicas e os dados epidemiológicos atualmente disponíveis têm evidenciado que a gestação e o puerpério são fatores de risco para desfechos desfavoráveis da COVID-19, culminando com o maior risco de hospitalização, partos prematuros e óbito de mulheres;

• De acordo com dados do Observatório Obstétrico COVID-19, o número de óbitos maternos nos primeiros meses de 2021 (911 óbitos até 26 de maio de 2021) já superou o número notificado no ano de 2020 (544 óbitos de gestantes e puérperas por COVID-19). Outro aspecto enumerado é que as mortes de grávidas em 2021 tiveram um percentual estimado de 59% de gestantes sem comorbidades, ao contrário do que ocorreu em 2020. Dessa forma, diante da evolução das razões de morte materna incrementadas pelo adoecimento por COVID-19, tem sido motivo de grande preocupação o fato de o Brasil figurar como o país que possui a maior taxa de letalidade em todo o mundo;

• Dentre as vacinas disponíveis neste momento no Brasil que tem autorização e são recomendadas pelo Plano Nacional de Imunização (PNI), estão a Coronavac (vírus inativados) e Pfizer-BioNTech (vacina de mRNA), vacinas essas cujos insumos não apresentam riscos relatados na população acerca de danos maternos e fetais, dispondo de recomendações nacionais e internacionais para sua utilização em qualquer fase da gravidez;

• O momento vivenciado no Brasil e no Paraná é bastante crítico, não tendo ocorrido até agora a queda sustentada de casos e óbitos decorrentes da infecção pelo SARS-CoV-2, ao mesmo tempo em que se enfrenta uma situação de colapso do sistema de saúde com falta de vagas em UTIs para gestantes, puérperas e recém-nascidos prematuros;

Por fim, a Sogipa reafirma seu posicionamento de INCLUIR PRIORITARIAMENTE AS GESTANTES E PUÉRPERAS (E LACTANTES) SEM COMORBIDADES no grupo preferencial do plano estadual de vacinação contra a COVID-19, promovendo também o acesso das mulheres para esse fim desde que seja comprovada a gestação através de exame laboratorial/ecográfico ou cartão de pré-natal, sem a necessidade de prescrição médica, respeitando a decisão e a autonomia da mulher. Adicionalmente, recomendamos a manutenção das medidas não farmacológicas (uso de máscaras, álcool gel, higiene e lavagem das mãos, isolamento e distanciamento social), bem como a realização de testes diagnósticos em massa como formas de enfrentamento da pandemia e redução do número de mortes de mulheres na gravidez e puerpério com SARS-CoV-2.

Dra. Rita Maira Zanine, Presidente

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