20/11/2020

Prefeitura de Maringá realiza reunião com sociedade civil em combate à pandemia

Em encontro realizado na manhã desta sexta-feira, 20, foram apresentadas novas ações para fiscalizar o cumprimento dos decretos municipais; diretora do CRM-PR representou o Conselho de Medicina na reunião

Os trabalhos da Prefeitura visando a organização de ações de combate ao Coronavírus continuaram nesta sexta-feira pela manhã. O prefeito em exercício, Edson Scabora, e diversos secretários municipais se reuniram com representantes da sociedade civil organizada às 8h30 no Auditório Hélio Moreira. Foi o primeiro encontro do recém-criado Comitê Gestor de Combate ao Coronavírus.

Em seguida, foi realizada uma reunião com prefeitos e secretários de saúde de cidades da região, como o presidente da Amusep, Romualdo Batista, de Mandaguari. Outros prefeitos presentes foram Tarcísio Marques dos Reis, de Paiçandu; Profesor Índio, de Mandaguaçu e Victor Martini, de Marialva. Também estiveram representados os municípios de Sarandi, Mandaguaçu, Ângulo, Floresta, Iguaraçu, Ivatuba e Astorga. Esteve presente o consultor da Organização Pan-Americana da Saúde, Rafael França. Neste encontro, a região se comprometeu em seguir o planejamento de combate elaborado por Maringá. 

No encontro com a sociedade civil organizada foram detalhadas as ações organizadas pela Prefeitura, como aumentar a fiscalização em bares e restaurantes, que não será mais de orientação, mas de punição para quem não cumprir os decretos municipais; intensificar o trabalho conjunto entre a Guarda Municipal e a Polícia Militar para impedir a realização de festas clandestinas. Também foram explicitadas ações realizadas pela Secretaria de Saúde no sentido de prestar atendimento de qualidade aos pacientes, além do aumento no número de testes.

"Estamos atravessando um momento delicado. Cidades da região estão com leitos praticamente tomados. Se lotar lá, os pacientes virão para Maringá. Precisamos aliviar a pressão sobre nossos hospitais. Por isso, vamos agir pontualmente para evitar o pior”, frisou Edson Scabora ao abrir a reunião com a sociedade civil. Mario Hossokawa, presidente da Câmara Municipal, lembrou que a Prefeitura agiu de forma correta tanto nos decretos visando o isolamento social, quanto na diminuição das medidas tomadas quando os números diminuíram. “Agora, o Município tem que fazer cumprir os decretos para evitar o pior, que são as mortes e o lockdown”.

A secretária de Saúde, Maria da Penha, alertou que se houver excessos na concentração de pessoas neste final de semana, a partir de segunda-feira pode se esperar o pior na saúde. Ela frisa que as famílias devem conversar com os jovens, pois aumentou muito o número de doentes nesta faixa etária. Penha lembrou ainda que o Estado analisa suspender as cirurgias eletivas, o que poderá acontecer dependendo do ritmo de contaminações no estado.

Ederlei Alkamim, diretor da 15ª Regional de Saúde, corroborou a situação drástica da rede de saúde das cidades da região e que o Governo do Estado já liberou a reativação de leitos da Covid, desativados em setembro. A promotora pública, Michele Nader, frisou que o MP atuou de forma correta na administração da pandemia desde o início do ano. 

“Infelizmente, com a diminuição do número de casos houve relaxamento dos cuidados e a aglomeração de pessoas, o que resultou na maior disseminação da doença. Este é o momento ideal para unir a sociedade, realizar ações e conscientizar as pessoas. A preocupação do MP é o comprometimento dos leitos. É frustrante saber que pode haver a necessidade de o Estado suspender as cirurgias eletivas”, ponderou Michele Nader.

Valdir Scalon, presidente do Sindvest, disse que a indústria está rigorosamente cumprindo os decretos municipais. Ele concorda que a situação está crítica e comentou o perigo do lockdown. “Se não houver atitudes imediatas de contenção da aglomeração de pessoas, a cidade fecha por decreto ou por falta de gente”. Ele contou que os soppings de atacado do setor estão fazendo vendas virtuais. Ali Wardani, presidente do Sivamar garantiu que a  maior parte dos comerciantes está agindo com segurança e que o setor está pronto para colaborar com a Prefeitura.  

O professor da UEM e médico, Daoud Nasser, explicou que os hospitais estão “em atitude de guerra”. Segundo ele, triplicou a procura por Pronto Socorro nos últimos dias. Nasser também conclamou por “atitudes drásticas” e acredita que hoje não há necessidade de fechamento do comércio. “É preciso providências urgentes para evitar o pior. Mas, se continuar o atual índice de replicação do vírus, a Prefeitura vai ter que fechar o comércio antes do Natal e isso seria uma tragédia”, comentou.

José Pereira, diretor da Santa Casa, elogiou a Prefeitura por criar o comitê e ressaltou que os hospitais vivem o “pior ano da história”. Segundo ele, o estresse entre os médicos e funcionários é muito grande. Existe o medo de levar o vírus para suas casas. “Temos muitos colaboradores de atestado. Alguns têm medo de atuar nas alas de tratamento da Covid”, enfatizou. O diretor explicou ainda que a reativação dos leitos do governo do estado não são rápidas, pois são precedidas de mudanças estruturais. Segundo José Pereira, existem cirurgias eletivas que têm que acontecer. 

Elisabete Kobayashi,  superintendente do HU, passou um panorama da situação da instituição. “Nosso Pronto Socorro atende mais de cinco mil pessoas e o número de acidentes na cidade aumentou. Outra preocupação é que não existe como fazer gestão com essa taxa e podem haver surtos de Covid internamente se a situação piorar”. 
Diante da dificuldade que o município está encontrando para contratar médicos, Fabiola Tasca, do CRM, ofereceu apoio. “Temos percebido um aumento de registros de médicos que vêm morar na cidade e podemos fazer contatos visando a contratação destes profissionais”.  

Rafael Cecato e Genir Pavan, representantes da Abrasel, disseram que a entidade está apoiando as iniciativas da Prefeitura contra o coronavírus. O comandante do Quarto Batalhão, Márcio Antonio, lembrou que estão sendo realizadas reuniões de organização da fiscalização que será feita a partir desta sexta-feira, 20 horas, em conjunto com a Guarda Municipal, Conselho Tutelar e diversas secretarias da Prefeitura.

Fonte: Prefeitura Municipal de Maringá

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