06/07/2011
Projeto das entidades médicas para visitar urgências e emergências do país ganha fôlego no Congresso
Comissão de Direitos Humanos da Câmara aprova requerimento para criar grupo de trabalho visando a fazer um diagnóstico
da situação
O projeto das entidades médicas de promover visitas aos hospitais de urgências e emergências do país ganhou força no dia
29 de junho. Em reunião com o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), os membros da Comissão Pró-SUS, integrada pelo Conselho Federal
de Medicina (CFM), pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam) e pela Associação Médica Brasileira, foram informados de que
a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados já aprovou um requerimento para a criação de um grupo de trabalho,
que tem como principal objetivo fazer um diagnóstico da realidade das urgências e emergências do Brasil.
O drama das urgências e emergências noticiado dia após dia pelos meios de comunicação não é mais, segundo o deputado e
vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos, um problema apenas de saúde pública, mas envolve também questões de direitos
humanos ao comprometer a vida das pessoas.
"Nosso receio é a banalização, ou seja, é que as pessoas se acostumem a, muitas vezes, ver um profissional de saúde ter
de escolher entre vários pacientes que chegam com essa ameaça numa unidade de saúde e o médico ter de fazer a triste opção
de escolher apenas um deles para salvar em detrimento dos demais", destacou Jordy. "As pessoas não conseguem salvar suas vidas
no Sistema Único de Saúde e o Estado fechou as portas e os olhos para esse problema."
O grupo de trabalho, que terá a representação das três entidades médicas nacionals, formatará a agenda das visitas em
reunião prevista para julho deste ano.
O secretário de Comunicação da Fenam, Waldir Cardoso, deixou a reunião satisfeito. "A reunião foi muito importante e nos
encheu de esperança de efetivamente conseguir fazer um trabalho perante a Câmara dos Deputados", ressaltou. "Pareceu-me que
o deputado Jordy está engajado no propósito de visitar os hospitais de urgência chamando todos que podem ter efetivamente
interesse em buscar soluções para a grave situação que estamos enfrentando."
Também serão chamados para participarem do grupo representantes do Ministério Público Federal, Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB), Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e outras entidades interessadas.
Para o vice-presidente do CFM, Aloísio Tibiriçá, o contato com a Comissão é importante para reforçar o objetivo das entidades
médicas em se aliar com a sociedade para enfrentar as dificuldades e os desafios da saúde no Brasil. "Esse Grupo de Trabalho
da Comissão vem ao encontro da nossa visão como profissionais médicos", assinalou. "Também queremos que haja um olhar da sociedade
em relação ao direitos humanos das pessoas na assistência à saúde."
Segundo o deputado, a intenção é traçar um diagnóstico, reconhecer essa situação in loco e depois tomar as medidas necessárias,
"não só apelando ao Ministério da Saúde, ao governo federal e municipal, mas também se for necessário, judicializando ou responsabilizando
aqueles que têm concorrência nesse quadro trágico que todos nos assistimos no Brasil".
A promessa é de que já em agosto as visitas possam ser iniciadas. O assessor parlamentar das entidades médicas, Napoleão
Puentes, também participou da reunião.
Fonte: Fenam