22/03/2021

Rede de hospitais da Capital alerta Legislativo que colapso do sistema de saúde é grande ameaça

Médico Luiz Sallim Emed fez a entrega, ao presidente da Alep, Ademar Traiano, da "carta à população", carregada de realismo diante da pandemia no seu pior momento. Documento é assinado pelos 28 maiores hospitais

“Os hospitais signatários não estão conseguindo mais absorver pacientes pela demanda de leitos, em especial, aqueles com indicação de UTI”. O alerta dramático faz parte de uma carta aberta assinada pelos diretores técnicos de 28 maiores hospitais de Curitiba entregue hoje ao deputado Ademar Traiano, presidente da Assembleia, pelo médico Luiz Sallim Emed, diretor técnico do Hospital Nossa Senhora das Graças e que já foi presidente do CRM-PR.

A iniciativa é uma espécie de grito de alerta para a gravidade da situação do setor de saúde e uma tentativa de mobilizar a adesão da população e autoridades a adotar as medidas preventivas. A correspondência também será entregue ao secretário estadual de Saúde, Beto Preto, ao governador Carlos Massa Ratinho Junior e aos prefeitos da Região Metropolitana.

DOCUMENTO DE ALERTA TINHA SIDO DIVULGADO SEMANA PASSADA.

clique para ampliarclique para ampliarAdemar Traiano (e) e Luiz Sallim Emed. (Foto: Divulgação)

Representa 10 mil médicos

Sallim Emed enfatizou que o documento representa a posição de 8 a 10 mil médicos do corpo clínico desses 28 hospitais e seu alerta sobre a gravidade da situação vivida no Paraná, deve ser levado muito à sério pela população e pelas autoridades. O médico destacou e agradeceu o papel exemplar desempenhado pela Assembleia no curso da pandemia, disponibilizando recursos próprios para a compra de vacinas, compra de EPIs, e instalação de leitos de enfermarias e UTIs.

Além da prontidão mostrada pelo Parlamento para se manter em atividade, até mesmo no período de recesso, para dar agilidade as ações do governo no combate a pandemia. Traiano garantiu que a Assembleia, “como sempre fez ao longo dessa crise, que agora está em seu pior momento, continuará pronta a dar sua contribuição para ajudar a conter a pandemia, além de viabilizar todas as ações do governo no combate a doença”.

O médico Salim Emed destaca que atingimos outro patamar na emergência sanitária provocada pela pandemia com a demanda crescente de pacientes contaminados e de doentes que buscam atendimento médico nos ambulatórios e unidades de saúde que atingiram sua capacidade máxima de atendimento.

Dramático momento

O documento enfatiza que: “Alertamos os nossos clientes/usuários que o momento da Pandemia Covid-19 é dramático, trata-se de um inimigo invisível e devastador, que não distingue escolaridade, raça, credo, ou poder aquisitivo. O total de casos ativos e de óbitos é o maior desde o início da pandemia.

Com as novas cepas mais transmissíveis, temos maior número de pessoas doentes, como o vírus não circula sozinho ele precisa de contato entre as pessoas para disseminar a doença, por consequência, exigindo mais leitos e infraestrutura de atendimento”.

Não há como subestimar

Alerta ainda que a capacidade hospitalar está comprometida e que ninguém deve subestimar a gravidade da crise: “Para atender a crescente demanda, leitos foram ampliados nos hospitais públicos e privados de Curitiba e Região Metropolitana, e todos estão já ocupados inclusive estamos com pacientes críticos em unidades de emergência aguardando vagas nas Unidades de Terapia Intensivas.

Neste momento, estamos extremamente limitados para novas ampliações, ou por falta de infraestrutura (espaço físico, equipamentos) ou ausência de equipes para operacionalizar outros espaços.

Nossas equipes têm atuado de forma dedicada e competente para manter o atendimento aos que necessitam, mas a sobrecarga de trabalho e a duração desta pandemia tem abatido a energia de todos, no entanto, continuamos atuando por responsabilidade profissional, solidariedade e heroísmo”.

E conclui: “Os diretores Técnicos dos hospitais, cientes da sua responsabilidade de garantir a segurança da assistência e zelar pela boa pratica médica de suas equipes vêm a público demonstrar a sua preocupação quanto ao esgotamento absoluto dos recursos para manter o atendimento dentro dos padrões exigidos, mesmo em nossa cidade que tem um sistema de saúde muito bem organizado e reconhecido nacionalmente”.

Esperando vacinas

“Estamos passando pelo momento mais crítico da Pandemia desde o seu início, enquanto aguardamos maior número de vacinas, entendemos que foi indispensável determinar o lockdown, atitude mais dura e impopular, no entanto, acertada para interromper o avanço descontrolado do contágio do Covid-19 e evitar o colapso do sistema de saúde da capital”.

“Tal atitude garante o distanciamento social obrigatório e a redução da transmissibilidade do vírus, caso contrário, não haverá leitos em quantidade suficiente para atender a população. Em respeito aos princípios da Bioética e da boa prática médica ressaltamos que o único propósito desta comunicação é o de alertar para a gravidade da situação e solicitar que nos ajudem na missão de preservar vidas”.

Inimigo invisível

Alertamos os nossos clientes/usuários que o momento da Pandemia Covid-19 é dramático, trata-se de um inimigo invisível e devastador, que não distingue escolaridade, raça, credo, ou poder aquisitivo. O total de casos ativos e de óbitos é o maior desde o início da pandemia.

Com as novas cepas mais transmissíveis, temos maior número de pessoas doentes, como o vírus não circula sozinho ele precisa de contato entre as pessoas para disseminar a doença, por consequência, exigindo mais leitos e infraestrutura de atendimento.

Para atender a crescente demanda, leitos foram ampliados nos hospitais públicos e privados de Curitiba e Região Metropolitana, e todos estão já ocupados inclusive estamos com pacientes críticos em unidades de emergência aguardando vagas nas Unidades de Terapia Intensivas.

Equipes sobrecarregadas

“Neste momento, estamos extremamente limitados para novas ampliações, ou por falta de infraestrutura (espaço físico, equipamentos) ou ausência de equipes para operacionalizar outros espaços. Nossas equipes têm atuado de forma dedicada e competente para manter o atendimento aos que necessitam, mas a sobrecarga de trabalho e a duração desta pandemia tem abatido a energia de todos, no entanto, continuamos atuando por responsabilidade profissional, solidariedade e heroísmo.”

Os diretores técnicos dos hospitais, cientes da sua responsabilidade de garantir a segurança da assistência e zelar pela boa pratica médica de suas equipes vem a público demonstrar a sua preocupação quanto ao esgotamento absoluto dos recursos para manter o atendimento dentro dos padrões exigidos, mesmo em nossa cidade que tem um sistema de saúde muito bem organizado e reconhecido nacionalmente.

É o mais crítico momento

Estamos passando pelo momento mais crítico da Pandemia desde o seu início, enquanto aguardamos maior número de vacinas, entendemos que foi indispensável determinar o lockdown, atitude mais dura e impopular, no entanto, acertada para interromper o avanço descontrolado do contágio do Covid-19 e evitar o colapso do sistema de saúde da capital.

Tal atitude garante o distanciamento social obrigatório e a redução da transmissibilidade do vírus, caso contrário, não haverá leitos em quantidade suficiente para atender a população.

Em respeito aos princípios da Bioética e da boa prática médica ressaltamos que o único propósito desta comunicação é o de alertar para a gravidade da situação e solicitar que nos ajudem na missão de preservar vidas”.

Manifestação do deputado Cobra Repórter

“A situação nos hospitais é preocupante, por isso reforço: a melhor prevenção ainda é evitar a contaminação pelo novo coronavírus. A população não pode relaxar nos cuidados: higiene das mãos, distanciamento e isolamento domiciliar se possível. Destaco também: evitar viagens e aglomerações durante o feriado de Páscoa que se aproxima”, ressaltou o deputado estadual Cobra Repórter (PSD) nesta terça-feira (23).

clique para ampliarclique para ampliarDeputado Cobra Repórter. (Foto: Alep)

O deputado lembra que, somente neste mês, o Governo do Estado já ativou 1.281 leitos, o que representaria pelo menos seis hospitais de campanha com aproximadamente 200 leitos cada. Mas o vice-líder do Governo na Assembleia Legislativa do Paraná destaca: as ampliações da rede hospitalar estão no limite. “Ainda que tenhamos mais leitos, equipamentos, medicamentos, faltam profissionais especializados”, acrescentou.

Dados da Regulação de Leitos Estadual mostram que o Paraná somou 4.549 leitos para atendimento à Covid-19. Destes, 1.703 são UTIs adulto e pediátricas e 2.846 são enfermarias. A taxa de ocupação chegou a 95% nas UTIs e 80% nas enfermarias, adulto e pediátricas. Até o final da manhã desta segunda-feira (22), 967 pacientes aguardavam na fila de espera por um leito exclusivo no Estado. Destes, 553 esperam por UTI e 414 por enfermarias.

O último boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) aponta mais 3.218 casos de Covid-19 e 76 mortes pelo novo coronavírus. Os dados acumulados do monitoramento mostram que o Paraná soma 794.608 casos e 14.855 óbitos em decorrência da doença.

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